Moradores estão no limite com os abusos nas madrugadas no Parque Rui Ramos

Um grupo de moradores procurou a reportagem do Alegrete Tudo para falar sobre a perturbação do silêncio nas imediações do Parque Rui Ramos, em Alegrete.

Moradores estão no limite com os abusos nas madrugadas no Parque Rui Ramos
Moradores estão no limite com os abusos nas madrugadas no Parque Rui Ramos

A reclamação deles foi devido ao anúncio de que será implementada faixa amarela no entorno da Praça dos Patinhos, feito pelo Secretário de Segurança e Mobilidade e Cidadania, Rui Medeiros e posteriormente, um entrevista do empresário Getúlio Silveira Pereira, proprietário do Boi na Brasa, que considera que a empresa vai falir com essa medida.

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Segundo os moradores, a situação poderia ser resolvida de forma que não fosse atingir as empresas naquela região da Praça, entretanto, que mantivesse o respeito com as famílias que residem ali, muitas há mais de 30 anos.

Uma das moradoras, disse que a vida toda trabalhou para adquirir algo que pudesse ter segurança e, agora seu sustento é baseado dos aluguéis que recebe. Porém, os últimos inquilinos deixaram as casas devido a baderna e falta de sossego.

É unanime entre os moradores, a posição de que tudo está baseado nos carros que colocam o som muito acima do permitido e isso, muitas vezes ultrapassa as madrugadas. “Em muitas casas é comum que eles façam as necessidades fisiológicas em frente as portas, muitos apedrejam ou passam chutando as portas e apertando campainhas. Todas essas pessoas que estão a pé e fazem isso, passaram toda a madrugada ali, como se fosse um bailão ao ar livre. O som dos carros é tão alto que parece que tem uma caixa dentro de casa. Não somos contra eventos, não somos contra os empresários e suas empresas ali, só precisamos de um mínimo respeito.”- disseram.

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Entre os relatos, também acrescentaram que, antes da pandemia havia algumas junções e música, mas nada como está agora, cerca de quatro meses pra cá. Eles consideram que o som e a movimentação que aconteciam no entorno do Parque Rui Ramos, antes, não era perturbador e desesperador como agora.

Uma das moradoras chorou ao comentar o que enfrenta com uma irmã que tem problemas de saúde(mentais), ela fica muito agitada e se fere. É preciso muitas vezes dopá-la. Além das crianças com autismo que sofrem e se machucam com o barulho excessivo. “Estamos pedindo socorro, já fomos, em setembro, até a Câmara de Vereadores, para tentar uma solução. Mas até o momento, o que ficamos sabendo foi dessa medida solicitada à Prefeitura pelo Ministério Público. Contudo, se não tiver uma ação em relação aos veículos que promovem toda essa baderna e também uma fiscalização em alguns eventos ao ar livre, pois parece que, por ser ao ar livre não precisam respeitar a Lei da Perturbação e do Silêncio, não será a faixa amarela que vai impedir dos carros continuarem a aterrorizar e concentrar pessoas para baderna. Se não for ali, outras pessoas vão sofrer, pois vão migrar. “- complementam.

Eles destacam que a Brigada Militar realiza um grande trabalho, porém, como que seis ou sete brigadianos vão dar conta de um grupo como se forma ali?- questionam.

O grupo que já sofreu represálias por contestar o som alto, inclusive um dos vizinhos que foi solicitar que o volume fosse baixado, acabou sendo agredido de forma violenta por indivíduos que estavam nas imediações da casa dele. Por esse motivo, por temerem por suas integridades solicitaram sigilo quanto ao nome deles.

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Pedimos socorro em relação ao som alto, em relação a falta de respeito que se tornou ali. Todos temos direitos e deveres. Concordamos com o direito deles de se divertirem, com o direito das empresas de continuarem trabalhando, mas também queremos assegurar o nosso direito de continuarmos em nossas casas. Acredito que essa empatia, esse respeito, poderia ser a grande diferença. Há anos os estabelecimentos estão ali e não era assim, pelo menos de forma insuportável como agora, então falta uma posição diferente em relação a quem promove a baderna. Tudo passa pelo som alto, acima de qualquer situação que possa ser considerado tolerável”- finalizam.

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Alexandre

Muito compreensível e justa a reclamação dos moradores. Ocorre que isso está ocorrendo em toda a cidade e se seguirmos neste rítmo, iremos pitar todas as ruas de amarelo. Sugiro que a fiscalização seja tão ferrenha como foi com os empresários. Pois com as pessoas de bem, o talonário de multas e para os baderneiros ficam com medo.

Bruno Oliveira

A Lei Orgânica do Município de Alegrete, em seu artigo 9º, estabelece o seguinte: No inciso X – Estabelecer normas de prevenção e controle de ruídos; No inciso XI – Regulamentar sinalizando as faixas e zonas de silêncio; No inciso XXII – Regulamentar, autorizar e fiscalizar os divertimentos públicos; E, por fim, em seu inciso XXV – Estabelecer e impor penalidades por infração de suas leis e regulamentos.