Morreu Pepe, um grande mestre da arte popular e amigo de Alegrete

A vida do Pepe foi a arte e a cultura, desde que veio para o Brasil – disse Leila Betim – esposa do argentino que deixou como inspiração para muitos uma linda história de vida. Ele morreu, aos 74 anos, no último dia 22 devido a uma crise de asma. O argentino que tem uma belíssima passagem por Alegrete, estava na Bahia, na companhia dos filhos. Pepe se recuperava de um AVC.

Amante da cultura,Pepe José Adrian Grigera, era um artista reconhecido no Brasil inteiro, tanto que em 2018 o Ministério da Cultura o reconheceu como Mestre de Cultura Popular.

Escultor, bonequeiro, cenógrafo, fundador do Centro Cenotécnico do RS, entre tantas outras faces, que é quase impossível tentar defini-lo.

Pepe, nasceu em Buenos Aires na Argentina, em 06 de novembro de 1945. Veio para o Brasil, com sua esposa aos 20 anos, fugindo da Ditadura Militar.

Residiu em Brasília, Rio de Janeiro e alguns anos depois fixou-se em Porto Alegre. Em 2009, mudou-se para Alegrete junto com sua esposa e amor, Leila Betim.

Aqui,  foi oficineiro com Judete Ferrari na Saúde Mental, com alunos do Intercâmbio da Saúde Mental Coletiva e no Movimento da Vida com as crianças. Era membro do Coletivo Multicultural. Sonhava com um mundo justo para todas as pessoas.

Pepe tinha sofrido um AVC e estava se recuperando muito bem na companhia de seus filhos Bárbara Lila e Tomas, na Chapada Diamantina, na Bahia.

“Família do mundo enterramos, neste sábado (23), a Pepe Jose Adrian Grigera grande mestre diversas artes sobretudo a alegria. Como grande artista boêmio tinha que morrer em meio de um festival de jazz!!! Teve um velório familiar e o privilégio de um caixao artesanal feito por Cristiano Rocky, cova feita por quatro palhaços profissionais e um lindo por do sol, pessoas maravilhosas que ajudaram nossa família.” – descreveu José Girolento.

Já, Preta Mulazzani – o homenageou com a seguinte mensagem:

“Tem pessoas que entram na vida da gente, tocam profundamente na alma. Gente iluminada que nos melhoram como humanos e logo seguem seu caminho. Pepe Pepe Jose Adrian Grigera era assim, livre, generoso, intenso e criativo. Ele foi embora deste mundo, resolveu não esperar nosso encontro na Chapada Diamantina. Pepe falava tanto desse lugar, que eu decidi conhecer com ele. Mas, os Deuses ( como ele dizia) resolveram mudar nossos planos. Foram dadivosos! Obrigada, amiga Leila  Rosso Betim pela oportunidade de convívio com ele. Vai em paz, meu Brujo! Te guardo com alegria no coração. A gente segue por aqui sonhando e esperançando um mundo mais generoso. Um abração Tomas e Barbara! Bençãos e luz”.

Ao postar uma foto de Pepe em seu perfil, Leila ressaltou: “vai ser assim que vou sempre lembrar de ti meu amor, contando tuas histórias de vida!”

Alexandre Gouveia Martins completou:

“Escultor? Ceramista? Alegorista? Bonequeiro? Ah, me resulta impossível definir com rótulos esse tão extraordinário quanto negligenciado artista multimeios e multiforme. O fato é que hoje choro a perda deste Mestre de Cultura Popular que foi finalmente (tardiamente) reconhecido pelo Ministério da Cultura em 2018, coisa que há muito já sabíamos. Obrigado Mestre, por ter sido tão dadivoso conosco. Tu mesmo dizia que “os mestres são dadivosos”. Choro a perda ao mesmo tempo em que sou grato e me alegro pelo privilegio do tempo que pudemos compartilhar. Que em PAZ descanse mestre, e muita força pra super companheira Leila Rosso Betim nesse momento de dor.”

Nas redes sociais foram incontáveis mensagens e homenagens.

 

Flaviane Antolini Favero