Muita comoção na despedida do jovem de 22 anos morto em barragem

Não é fácil aceitar a inversão da ordem natural no ciclo da vida. Jamais se está pronto, nunca os pais querem enterrar um filho. Quando a natureza não cumpre o ciclo como deveria é dolorosamente terrível e assombra.

Uma separação consumada fisicamente, mas que jamais conseguirá romper com os laços, não há substituições, filho é filho e ponto. Impossível medir a dimensão da dor da perda. Não há como mensurá-la, é uma dor única, intensa e egoísta.

Assim, pode-se descrever um pouco do sentimento da família de Lucas Aguiar Vargas de 22 anos. Não apenas os pais, dilacerados na dor e gigantes diante do apoio dos demais filhos e também para que possam dar o amparo necessário neste momento .

Um jovem com todas as alegrias e sonhos da sua idade e do seu tempo, que por uma fatalidade teve a vida interrompida de forma brusca, fazendo o que tanto amava – trabalhar.

A família de Lucas falou com a reportagem do PAT. Eles são esteios, com um amor incondicional uns pelos outros que transborda e os fortalece ainda mais.

Assim, eles, também, descrevem o jovem que perdeu a vida ao se afogar em uma barragem no interior do Município de Alegrete, na tarde da última segunda-feira(13). Lucas estava trabalhando quando ao realizar uma ação com outros colegas de trabalho, para empurrar uma balsa de irrigação, acabou submergindo e foi localizado algumas horas depois pelo Corpo de Bombeiros de Alegrete, já sem vida – uma fatalidade.

Filho de Antônio Carlos Monteiro Vargas e Vera Lucia de Lima Aguiar, Lucas – tem mais sete irmãos, dentre eles uma irmã gêmea, que passou muito mal e teve que ser atendida na UPA. Jaíne disse que ele é a sua metade, tudo sempre foi feito entre os dois com muita sintonia, um pensava e o outro concluía – uma ligação muito intensa.

O café, desde sempre, era um para os dois, embora tivessem muitas outras xícaras, sempre foi dividido. Ela preparava e, na metade, entregava e ele terminava. Fazia parte do ciclo e de uma de tantas afinidades.

O esposo dela disse que no momento em que Lucas submergiu, ela estava dormindo, mas ao mesmo tempo passou a gemer como se algo estivesse errado.

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A outra irmã, Carla, ressaltou o quanto ele era a alegria da casa, estava sempre sorrindo e agregando. Todos os amigos e os irmãos tinham uma amizade muito forte com Lucas. Ele era muito amoroso e trabalhador, desde cedo ajudava os pais. “Meu irmão estava muito feliz no trabalho- amava o que fazia. O patrão dele é uma pessoa maravilhosa, sempre foi.” – destacou.

Ela ainda citou que Lucas brincava que um dia iria tomar um “porre” de todinho, diante do gosto que sempre teve pela bebida e, por mais que estivesse, com 22 anos, gostava muito de um salgadinho e do achocolatado. Além de ser um grande parceiro das sobrinhas(os), no total – cinco. Lucas era apaixonado por todos, estava sempre brincando – lembra.

Vera disse que Deus vai dar forças para que ela, um dia possa entender, pois ele sempre foi um filho maravilhoso, era gracioso, alegre e estava pronto para ajudar diante de qualquer situação. Com o filho por perto, não existia tristeza. Uma mulher forte que, mesmo com seu sofrimento, não deixava um segundo de se preocupar com os outros sete filhos e o esposo.

Antônio, quase sem poder falar, lembrou e fez questão de dizer que Lucas estava feliz e tinha o desejo de comprar a casa com o pai para a família. “Ele disse que no próximo ano, iria me ajudar a comprar a nossa tão sonhada casa própria. O sonho dele era nos ajudar. Sempre foi um filho 100%, eu amo muito ele como todos os demais”- .

A família reside e trabalha há oito anos no interior do Município, na localidade do Inhandui – cerca de 35 Km da cidade. O filho trabalhava em uma granja próxima e estava radiante de felicidade. O proprietário prestou todo apoio e solidariedade à família. Em vários momentos eles disseram o quanto ele(patrão) é uma pessoa maravilhosa e o filho sempre elogiava.

A dor que eles sentem não tem nome. Brota das razões mais secretas da alma. Coisa de mãe, de pai de irmãos, tios, sobrinhos, primos, amigos que eram como irmãos.

“Uma dor que não tem nome e dói só de pensar. Falta o ar, consome o equilíbrio, falta chão. Sucumbe-se às lágrimas. Uma dor que faz murcharem as forças, rouba os sonhos, dilacera a alma. Interrompe a esperança, invade as entranhas e leva uma parte de nós – a vida perde um pouco suas cores” – assim pode-se resumir a fala de Jaíne.

Para finalizar fica o registro, também, de todas as mensagens e homenagens que ele recebeu nas redes sociais. Foram incontáveis. Além de Lucas e Jaíne – Antônio e Vera são pais de Alisson; Antonni; Carla Juliani; Luanderson; Carlos Cauã e Diullia Thaisa Aguiar Vargas.

A prima Márcia Vargas que reside em São Jerônimo fez a seguinte postagem:

Muita comoção na despedida do jovem de 22 anos morto em barragem
Muita comoção na despedida do jovem de 22 anos morto em barragem – acima homenagem de uma prima
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Roberto P Serpa

Meus sentimentos a família. Deus, conforte a todos.