Mulheres pecuaristas reativam comitê para fazer frente aos desafios da estiagem

Um grupo de mulheres formou comitê para atuar em prol da pecuária e do agronegócio em Alegrete.

De acordo com a médica veterinária que representa o grupo, Thais Pires Lopa, o comitê existe há muitos anos, quando da necessidade de união que ocorreu pelo número crescente de invasões de terras. Desde então, as mulheres mantém um grupo, com algumas mais atuantes, mas o principal é a união sempre que uma situação surge.

Neste período, com a estiagem e as queimadas, o movimento está muito intenso na busca de esforços para auxiliar a todos que precisam.

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Ela começa falando que mais uma vez, há o impacto do La Niña, que acontece pelo segundo ano consecutivo. O fenômeno influencia temperaturas e precipitação, com aquecimento em várias regiões do mundo devido ao calor que está “preso” na atmosfera pelos gases de efeito estufa.

Thais pondera que a estiagem não ocorre só aqui, no Rio Grande do Sul, mas também no Paraná, Mato Grosso e Santa Catariana. Desta forma, observa que Alegrete é um Município que tem reservatório muito grande de água, porém, os açudes pequenos já estão secos. Ela cita que a estiagem vem se agravando desde dezembro.

Com isso o reflexo ocorre no agro, mas a pecuária já está enfrentando grandes dificuldades e a tendência é piorar no futuro. Pois, atualmente, com mais de 300 Municípios em estado de emergência, que representam 60% no R.S, a situação atual já é considerada seca – pontua.

Um dos impactos é o período de prenhez. O gado tem um limite de ambiência, e quando ultrapassa 36°C já entra em stress que afeta no fisiológico e, em plena estação de cobertura, mesmo que seja por meios de inseminação artificial, fica comprometido. Isso também tem relação direta com o peso do animal. Os produtores que não têm condições financeiras de custear alimento como feno e ração, entre outros, e sofrem com a deficiência nutricional dos animais.

Então, além das lavouras, a pecuária vem sofrendo muito com a estiagem, além de ter mais recentemente, um outro grande efeito que são as queimadas. “Pra piorar, tem os efeitos devastadores que são irrecuperáveis a curto prazo, em relação aos focos de incêndio, pois o pasto não vai voltar sem a chuva(boa chuva). Com isso, o pecuarista ainda tem o prejuízo em relação aos estragos, como as cercas e todas as demais benfeitorias”- acrescenta.

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Thais explica que alambrar é algo que onera muito. Por todo material, citou como exemplo que um rolo de arame custa em média mil reais, sem falar na trama e também no custo por metro de um alambrador. São custos altos – frisa.

Ela ressaltou que alguns vídeos das queimados e estragos chegaram até a Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina e isso já sinalizou algumas possíveis medidas como linhas de créditos para os produtores renovarem o estoque de animais.

Outra situação positiva é a mobilização de alguns políticos. “Agora é fazer o levantamento das perdas e principalmente ver como, no futuro, abrandar essas queimadas. Hoje, estamos sempre em alerta, em constante vigilância, se alguém se deparar com qualquer situação que possa representar um foco, já repassamos nos grupos em busca do proprietário, acionamos os Bombeiros e quem pode já se mobiliza para auxiliar e não deixar ter a proporção dos incêndios anteriores.”- explicou.

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A médica veterinária, agradeceu a todos que estão do melhor jeito possível apoiando um ao outro.”Alguns vizinhos ajudam na linha de frente na falta de água para animais e nos focos de queimadas. Juntos, os Bombeiros e Exército fizeram o impossível para auxiliar com o pouco contingente e pouco equipamento, além de veículos não preparados para as péssimas estradas rurais”- descreveu.

Mas acrescentou que plano de contingência e medidas devem ser tomadas para auxiliarem os pecuaristas.

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