
O radialista e músico, Gerson Brandolt, o descreveu como o homem do sorriso fácil. Esta era a marca registrada do tradicionalista, apaixonado por cavalos que nasceu no Taperão. Desde muito cedo, esteve sempre envolvido com os animais, tinha uma devoção por cavalos e os cachorros eram seus amigos, o entendiam pelo olhar.
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A sobrinha Rozelei Almeida, disse que ele foi um grande tropeiro e trabalhou a vida toda em fazendas e estâncias. Não usava outra roupa que não fosse a pilcha. Um homem de um grande caráter, simples, de um coração bondoso e que amava contas seus “causos”. A última participação em eventos foi no Piquete Walter Trindade este ano – cita.
“Neri Grande sustentou mulher e filhos enforquilhado nos arreios entre estâncias, remates , domas e tropas. A lida bruta foi forjando o jeito do Neri que sempre foi homem de pulso com os filhos.

Nem as intempéries da vida arrancam o sorriso do rosto deste velho gaúcho apaixonado por cavalos, como ele mesmo diz: Meus “polmão” não são mais os mesmos Brandolt, mas não me entrego e se morrer no costado de uma das minhas éguas morro feliz fazendo o que gosto.”- falou Gerson.
Neri Grande também participou de um documentário onde, foi um dos atores principais representando o gaúcho brasileiro que mostrou o gaúcho Argentino, Uruguaio e Brasileiro. Três gaúchos, cada um representou seu País e viajaram sozinhos a cavalo com as equipes de produção.
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Também participou do quadro que o radialista faz no youtube – Proseando – em um trecho, choro e se emociona, pois já não tinha mais condições de montar no cavalo devido a problemas de saúde e sintetizou: sem o cavalo, me falta um pedaço.
O bigode grande, era sua marca registrada – ele sempre foi e sempre será a imagem do gaúcho – acrescenta Brandolt.

Emocionado ele continua:
O Neri Grande eu conheci na minha infância ali, no Capão do Angico. Ele galopeava uns potro na beira do campo do Patronato, melenudo de bigode preto e chapéu tapeado.
O estereótipo de gaúcho, pra mim, sempre foi ele, pois o conheci pequeno, eu tinha meus meus 14 anos e vivi toda minha infância vendo ele lidar com tropa e com doma.
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É um dos grandes amigos que o gauchismo me deu, teve muito doente, com problema de enfisema pulmonar, um homem que passou muito trabalho na vida dessas tropa, pousando mal nesses corredores, chuva, calor e frio. Mas um homem gaúcho.
Um homem todo gaúcho, todo ele gaúcho, de poucas palavras que não levava o desaforo pra casa. Mas sempre apaixonado por cavalo, eu o entrevistei para o Proseando e ele pode montar no cavalo, por isso, chora e diz que sem o cavalo lhe falta um pedaço. O vídeo acima teve mais de 52 mil visualizações.
Eu acho que nessa síntese eu te digo tudo, que o homem gostava da tradição, do CTG e nos 20 de Setembro era muito esperado na Praça. Ele passava com seu cavalo, pelegão preto, bem grande e um cachorro no costado, chapéu tapeado. Neri sempre foi e vai ser a imagem do gaúcho e do gauchismo.” – conclui.
O Coordenador da Semana Farroupilha, Cléo Trindade, falou que ele sempre foi um autêntico gaúcho, conhecedor de todas as lides e tinha sua marca com o cavalo bem encilhado. Pilchas impecáveis, uma grande perda – encerra.
As últimas homenagens estão acontecendo através da Funerária Paraíso, na rua Maximino Marinho, perto do Cemitério. O sepultamento será às 9h, desta sexta-feira(24), no Cemitério Público Municipal.