Os alegretenses costumam dizer que somos a mais gaúcha das cidades do Rio Grande e, todo o morador sabe cantar pelo menos o refrão do Canto Alegretense , espécie de hino sentimental. A música começa com a seguinte frase: “não me perguntes onde fica o Alegrete” e tem até outdoors com a letra da música de Nico Fagundes, na BR 290.
Em Alegrete, aconteceu na Ponte Borges de Medeiros, o Combate da Ponte do Ibiraputiã, a mais sangrenta batalha entre chimangos e maragatos durante a Revolução de 1923. Aqui, tem o Festival Alegretense da Canção, Festejos Farroupilhas, Exposição Agropecuária, Campearada e o maior desfile de cavalarianos no dia 20 de Setembro.
Alegrete é uma cidade que se destaca por toda sua história. Além disso, sempre há situações que se sobressaem como a cena peculiar, inusitada e curiosa, registrada na última semana, no bairro Vila Nova.
A imagem da jovem alegretense que chegou na padaria para comprar pão a cavalo e demonstra a essência desse nosso traço cultural. Um dos principais símbolos da cultura gaúcha e do tradicionalismo é o cavalo. E em Alegrete essa relação é muito forte.
Caren Prestes, 14 anos, é uma apaixonada por animais e foi flagrada pelo proprietário da padaria Canto Doce, no dia em que foi fazer compras, montada no seu pingo.
Ela conversou com a reportagem e relatou um pouco da sua rotina. Moradora do bairro Vila Nova, reside com o pai, a mãe e mais dois irmãos. Caren revela que ajuda o pai com os cavalos e tem seu fiel escudeiro, o Marron, seu cãozinho.
Ao chamá-la para conversar, pelo Whatsapp, depois que a imagem da ida à padaria, viralizou, por ter sido a cavalo, já se percebe a educação, os ensinamentos que vêm de berço, a autenticidade e simplicidade de Caren que salienta; faz tudo com muito amor.
” Meu pai me deu o cavalo e pra todo lugar que eu ando, tanto o meu cavalo, como o cachorro, Marrom, sempre vão comigo. Às vezes, vou até fazer entrega do Avon pra minha mãe, e essa é minha rotina. Lido com os cavalos do meu pai pra cima e pra baixo e me acostumei na volta dos bichos. Naquele dia, chegou às 15h e minha avó pediu pra buscar pão. Aproveitei que meu cavalo estava por perto e fui na padaria “- descreveu.
Caren ressalta que o cavalo é chamado de “meu nenê “. Ela segue conversando e, durante a entrevista, mais uma vez, surpreende. Pede desculpas e licença pois uma égua do pai se soltou e ela iria atrás.
Com muita simplicidade, a rotina de Caren a faz muito feliz. O empresário Roberto Cariolato, proprietário da padaria Canto Doce, foi quem fez o registro da cliente campeira comprando pão, a cavalo.
O empresário sempre muito atento à clientela, não poderia deixar observar a autenticidade da jovem que cultua a tradição e tem um grande amor pelos animais.
Flaviane Antolini Favero