Em 23 de novembro de 2017 foi sancionada e publicada o Diário Oficial da União, a Lei 13.508/2017 que estabeleceu o dia 19 de agosto como o Dia Nacional do Ciclista.
Esse dia foi escolhido para homenagear o ciclista Pedro Davison que morreu em 19 de agosto de 2006 ao ser atropelado enquanto pedalava no Eixão Sul em Brasília. Os pais do ciclista criaram a ONG Rodas da Paz, propondo a criação da data tendo como foco a luta contra a violência no trânsito.
O Código de Trânsito Brasileiro – CTB, aponta a bicicleta como veículo de propulsão humana e implantou o direito do ciclista de trafegar pelas ruas e estradas das cidades e do país. E o Código, assim como estabelece os direitos do ciclista e todos os demais participantes do trânsito, define também os seus deveres. Desta forma todos, inclusive os ciclistas, devem conhecer e respeitar a lei.
O dia do ciclista traz uma reflexão bastante importante: a bicicleta, há muito tempo, deixou de ser um brinquedo, ganhando seu espaço nos grandes centros urbanos como uma alternativa bastante importante de opção de transporte, turismo, trabalho, lazer, saúde e esporte. Além de ser uma das formas mais amigáveis e não poluentes de transporte, como um meio de promoção à saúde proporcionando assim, cidades mais humanas.
Uma das questões mais polêmicas é como e onde o ciclista deve trafegar. Sempre que estiver circulando nas vias, deve fazer próximo ao bordo da pista, na mão de direção e indicar com antecedência as suas atitudes. O deslocamento, quando na contramão só pode ser feito em ciclofaixas. Quando circular por calçadas ou junto a pedestres, o ciclista deve desmontar da bicicleta.
Grande parte dos condutores de veículos automotores tem histórias para contar sobre “sustos” envolvendo ciclistas que trafegam em ruas e avenidas das cidades de forma descuidada. Contudo, os condutores, muitas vezes, não observam medidas simples que poderiam melhorar essa convivência e evitar acidentes: abrem portas dos veículos sem verificar se há algum ciclista, motociclista, pedestre ou outro veículo vindo.
Ao cruzar com um ciclista o fazem a uma distância pouco segura, quando a determinação é que essa distância seja de, no mínimo 1,5m. Regulagem incorreta dos espelhos, fazendo com que a chance de o ciclista estar no “ponto cego” seja aumentada significativamente! Há muito a ser feito para melhorar a convivência no trânsito.
O que devemos ter sempre em mente é que, assim como o pedestre, o ciclista e o motociclista não tem lata para protege-lo ou no mínimo minimizar os efeitos de um impacto com um veículo. Assim, se for atingido, o ciclista certamente sofrerá lesões graves ou irá à óbito. Todos são responsáveis por criar e fazer do trânsito um espaço melhor de convivência. cada uma de nós fazendo a sua parte, isso será possível.
Alegrete possui um projeto engavetado de pouco mais de 12 km, e atualmente só consolidou 2,5 km de ciclofaixa na parte inicial da Avenida Rondon.
Na Zona Leste existe um projeto esboçado de mais de 5km, que ficou no papel. O exemplo é da Avenida Tiaraju que teve a obra de construção licitada e acabou não se concretizando.
Existe uma Lei de nº 5441, promulgada em 2014 pela então presidente da Câmara Cleni Paz da Silva, que autoriza a prefeitura a destinar um percentual, de no mínimo 20% do valor total arrecadado, oriundo das multas de trânsito, a ser aplicado em ciclovias.
O projeto é de autoria do ex-vereador Carlos Almeida, que busca viabilizar a criação de ciclofaixas para os ciclistas transitarem com mais segurança pela cidade, tanto como o uso de meio de transporte ou passeios.
O Projeto foi aprovado por unanimidade em novembro de 2014 na Câmara e, segundo Almeida, não época não afetaria o orçamento do Município. A justificativa do Projeto é clara por entender que os ciclistas da cidade precisam ter um espaço que não exponha à insegurança diária do trânsito da cidade.
A cidade de Alegrete foi a primeira cidade do interior do Brasil a passar por uma contagem de ciclistas. O ponto escolhido foi a ponte Borges de Medeiros em 2015.
A atividade foi realizada pela ONG Transporte Ativo, que nasceu da necessidade de promover cidades mais humanas através do uso de meios de transportes limpos. A Associação Transporte Ativo, Grupo Charlas Urbanas, com o apoio do Grupo Trilha Aventura, se revezaram durante as doze horas desta quarta para participarem da 1ª contagem de ciclistas de Alegrete.
Os números iniciais impressionaram os pesquisadores. Na primeira hora, 203 ciclistas cruzaram a ponte. Em 12h de duração, a 1ª contagem registrou na ponte Borges de Medeiros 1.621 ciclistas, dos quais 817 no sentido centro e 801 no sentido Unipampa. Os horários de pico aconteceram das 7h às 8h, com fluxo de 202 bicicletas, e das 18h às 19h, com 243 ciclistas passando pelo ponto.
Ainda em 2015, outra contagem em um dia frio e chuvoso registrou 309 ciclistas passando pelo Bebedouro, em menos de 6h de pesquisa. A 3ª Capital Farroupilha está com um crescente no número de ciclistas e as políticas em favor da mobilidade caminham lentamente o que ofusca em parte a comemoração local do Dia Nacional do Ciclista.
Júlio Cesar Santos