No Uruguai, alegretense faz cicloviagem de Rivera a Montevidéu

“Foi uma viagem que eu já planejava há tempos. Gosto muito de ver vídeos de viajantes de bike, de motorhome e conhecer novas culturas”, assim descreveu o ciclista, que saiu de Alegrete no dia 18 de fevereiro.

André não titubeou. Um dia depois de entrar de férias do trabalho onde ajuda o pai em uma marmoraria, pegou sua bike e de ônibus chegou a Santana do Livramento.

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“Fui até Livramento de ônibus porque eu não tinha muitos dias de férias, levando minha bicicleta MTB e bagagens para minha primeira cicloviagem. No fim cheguei tarde na cidade e não consegui fazer câmbio e nem comprar um chip uruguaio para o celular”, conta o aventureiro.

A cicloaventura iniciou no dia 19, em Rivera o ponto de partida por volta das 10hs, com plano de pedalar até a cidade de Tacuarembo 110 km.

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Destino final, a cidade de Montevidéu

“Peguei um sol forte e era o trecho com mais altimetria. Um sobe e desce toda hora”, destacou. André acabou ficando num camping selvagem a 35 km da cidade na beira do Rio Tacuarembo. O plano para o segundo dia, era acordar cedo e ir até a cidade e lá decidir se continuava a saga até Paso de Los Toros, que era o trecho mais longo (145 km).

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O ciclista relembra que logo na primeira noite sentiu solidão, uma vontade de ter alguém junto, mas sabia que tinha que pensar no caminho e aprender com as adversidades de uma viagem solitária, afinal tinha lido para saber lidar com isso.
Já no segundo dia, pedalou até a cidade de Taquarembo que lhe recebeu com chuva. Tentou hospedagem e não conseguiu. Após o meio dia abriu um sol e seguiu viagem até a cidade de Curtina, cidadezinha pequena que não tinha área de camping e muito menos hotel.

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A viagem saiu tudo dentro do planejado conta o alegretense

“Foi lá na entrada da cidade que conheci um camarada, ele me cedeu um terreno para acampar, não tinha luz, nem água. Fui num bolicho comprar água e mais alguma coisa para jantar e conheci Seu Juan, senhor do campo, humilde que abriu a porta da sua casa para me hospedar, eu ia montar a “carpa” no seu terreno e ele fez questão que pernoitasse em sua casa. Assistimos o jogo de futebol do filho, e tomamos uma cerveja comendo um pancho, foi incrível”, revela o ciclista.

André e Seu Juan, camaradagem em meio à cicloviagem

No dia seguinte, logo cedo, deixei a casa de Seu Juan. “Ele imediatamente carregou sua moto e se foi para campanha trabalhar e eu segui até Paso de Los Toros onde me dei o luxo de me hospedar num hotelzinho, de uma brasileira, inclusive, que vive no Uruguai já faz alguns anos”, explica.

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Bike equipada foi companheira de viagem

André conta que no caminho para Durazno conheceu um parque das Grutas de Carlos Reyles, lugar lindo, magnífico, conta o ciclista. “Nesse vilarejo cheguei numa casa que dizia ter comidas artesanais, fiquei curioso e bati na porta, uma senhora me atendeu com toca e avental verde, quadriculado, achei lindo a cena. Perguntei se ela fazia empanadas,, era algo mais leve que eu planejava comer para seguir viagem. Então me indicou uma padaria do outro lado da praça em frente a sua casa, onde não tinha mais. Voltei na casa dela e pedi uma milanesa, com ovo. Ela me disse que faria no capricho, comi a metade e guardei o restante para viagem”.
Em Durazno, a parada foi numa prainha de rio. O alegretense conta que estava tranquilo montando acampamento e um senhor veio em sua direção indagando sobre a bicicleta carregada de coisa. Logo ofereceu ajuda pois também estava acampado ali com a família.

André diz que foi uma experiência incrível de vida

“Fiz um jantar, tomei um litrão de Patrícia que havia comprado no mercado e logo peguei no sono”, conta.
No outro dia partiu até Florida, cidade de Maurício Rosencof, fundador da União da Juventude Comunista e líder do Movimento de Libertação Nacional, que em 1972 foi preso e torturado juntamente com José Mujica “Pepe” ex-presidente do Uruguai..
Novamente buscou refúgio num camping onde conheceu um pessoal roots, que deu boas vindas, perguntando sobre a aventura.

André já planeja outra aventura para as próxima férias

André seguiu viagem logo cedo no dia seguinte em direção a Canelones, estava praticamente dentro de Montevidéu.

Faltando 40km, pegou uma chuvarada e seguiu até chegar no destino final de sua aventura. Em Montevidéu o alegretense ficou cinco dias hospedado num hostel, conhecendo pessoas de vários lugares do mundo.

“Foi tudo maravilhoso. Uma aventura incrível. Tinha poucos dias e foi realmente como planejei”. De lá, André retornou de ônibus até Alegrete, com muita história pra contar.

Fotos: acerco pessoal

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