O guri que quer ser “igualzito” ao pai, é um exemplo inspirador

Muitas pessoas esperam datas especiais para demonstrarem seu amor e admiração por aqueles que amam, todavia, perdem oportunidades diárias de trazer um belo sorriso ao rosto com simples palavras de carinho.

 

Gaguinho, da Oficina JK, morreu no domingo na Santa Casa de Alegrete

Na semana em que a Polícia Civil concluiu o inquérito de um crime cruel e bárbaro de um pai contra o filho, um contraponto positivo a essa barbárie é relatado pela dona de casa, Eliane Alves Pinto.  Ela foi surpreendida pelo filho de sete anos que colocou o uniforme do pai( que é gari) e muito orgulhoso pediu a ela uma foto, além de destacar o quanto tinha orgulho do pai, ao dizer que quando crescesse queria ser igual a ele, seu herói e sua grande inspiração na vida.

A mãe não conseguiu conter a emoção e fez uma breve publicação em sua página no Facebook, onde descreveu o quanto o esposo significa para os filhos. A mensagem que deixou claro o respeito e o amor pelo pai, também demonstrou valores. Muito além de ter sonhos, o pequeno Davi Alves Pinheiro tem princípios, esses que passaram de geração para geração.

O centenário sobrevivente de 22 irmãos, 15 dos quais morreram da mesma doença, é uma inspiração de longevidade

Ao entrevistar a família, o pai, Eder Alves Pinheiro, funcionário público há seis anos, ele ressaltou que seu genitor também trabalhou na Prefeitura Municipal de Alegrete, na mesma função e chegou a outros cargos dentro da Secretaria de Infraestrutura.

Porém, sempre mostrou aos filhos o valor da família, e não há nada que possa dimencionar todos os ensinamentos. Dentro suas  possibilidades sempre os incentivou a estudar – comentou.

“Tenho muito orgulho de ter a minha profissão, que também é um reflexo do meu pai. Saber que posso trazer o alimento para dentro da minha casa e dar um pouco de conforto e dignidade aos meus filhos,  é impagável. Nunca sofri preconceito e percebo o quanto a população tem respeito pelos garis. Muitas vezes nos deparamos com bilhetes agradecendo nosso trabalho, além de doações.” – disse Eder.

Ele também comentou a falta que sente de receber o abraço dos filhos quando chega em casa. Devido à pandemia, esse que sempre foi um dos elos forte entre eles teve que ser alterado para pós banho. “Quando eu entrava no portão eles saíam correndo e me abraçavam, alguns metros antes eu já me preparava para receber esse carinho. Mas pela prevenção, as roupas são trocadas antes de entrar em casa, assim como os calçados. No início tinha que chegar escondido pois eles não entendiam. Mesmo assim, aquele contato, apesar de ter sido substituído para quando eu entro em casa, sinto falta” – comentou.

Na abertura da semana dos namorados, uma longeva e linda história de amor

Em todo o relato da família, o que fica evidente é o amor e a proteção. A residência é em uma ocupação, na Promorar, nem todos os brinquedos que os pequenos desejam eles têm, mas tudo é irrelevante diante do brilho no olhar de cada um ao receberem o pai.

A imagem de Davi ao colocar o uniforme do pai e demonstrar seu orgulho, atesta o quanto o cuidado e carinho são fundamentais. Para Davi, o pai não é somente o funcionário público, o gari, ele é um herói é sua inspiração e exemplo. Ele descreve o pai como um ídolo .

“Muitas vezes, alguns brinquedos estão em ótimas condições para eles brincarem ou até mesmo têm pequenos defeitos. Quando chego em casa e entrego, é como se da loja fosse. Ficam radiantes.- disse o pai do Davi e do João Lucas de dois anos.

A história dessa família demonstra o quanto os pais fazem a diferença na vida dos filhos, seja em amor, respeito e proteção.

Flaviane Antolini Favero