O medo constante do fracasso: a Síndrome do Impostor não é tão ruim quanto parece

Tem dias que não conseguimos manter um alto nível de excelência nas atividades que estamos envolvidos.

O medo constante do fracasso: a Síndrome do Impostor não é tão ruim quanto parece
O medo constante do fracasso: a Síndrome do Impostor não é tão ruim quanto parece

É isso é normal, afinal, nem sempre estamos inspirados ou com circunstâncias favoráveis, não é mesmo? Mas há pessoas que sempre acham que a atividade, o projeto ou qualquer outra coisa que saiam das mãos delas não é bom o suficiente. Tal comportamento é chamado de Síndrome do Impostor.

Essa designação vem da psicologia e é usada para se referir aos indivíduos que constantemente duvidam de suas realizações e possuem um medo persistente de ser visto como uma fraude, como um incompetente. Segundo o International Journal of Behavioral Science, mais de 70% das pessoas são afetadas por pensamentos impostores no ambiente de trabalho em algum momento de suas vidas.

Os sintomas podem variar de acordo com as carreiras, mas, geralmente, são os mesmos. Os “impostores” têm tendências perfeccionistas, em que abrigam internamente uma necessidade de serem os melhores no que fazem. Quando não conseguem alcançar a “perfeição”, costumam se sentir oprimidos, decepcionados e se autonomeiam como fracassados. A partir disso, se inicia um ciclo vicioso que culmina com a não aceitação de qualquer feedback positivo do seu trabalho.

Além disso, se demoram a entregar uma atividade, mas ainda conseguem fazê-la dentro do prazo, atribuem seu sucesso à sorte, e não à sua própria capacidade. Como mostrado até aqui, parece que a Síndrome do Impostor não traz nenhum benefício para o indivíduo que sofre dessa condição. No entanto, pesquisas recentes sugerem que os “impostores”, apesar de ter suas inseguranças, são mais aptos a desenvolverem boas relações com seus colegas de trabalho que seus pares não-impostores.

Basima Tewfik, professora e assistente de Estudos de Trabalho e Organização no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, é quem está por trás das mais recentes descobertas sobre a Síndrome do Impostor. A partir de experimentos e análise dos dados obtidos, Tewfik salienta que os comportamentos que os “impostores” exibem na tentativa de compensar as suas inseguranças podem, na verdade, torná-los bons no que fazem.

Scott Galloway, empresário e professor de marketing na Universidade de Nova York, nos Estados Unidos, reitera que, ao invés de se voltar no componente da emoção negativa, é preciso que as pessoas que sofrem de tal condição se inclinem para os sentimentos impostores, pois, nesses momentos que você se sente um “impostor”, é que você precisa se dar conta que “tem algo a provar”.

João Baptista Favero Marques

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