Operação para extinção do fogo na casa de Chapéu Preto demorou seis horas

Uma situação que poderia ter resultado em tragédia se não fosse a dedicação, união e garra de todos que atuaram no combate ao incêndio de grandes proporções na casa do escultor e artesão Derli Silva, conhecido como Chapéu Preto.

O trabalho, que foi de alto risco para os militares, evitou que o fogo de grandes proporções se alastrasse e atingisse outras residências de forma mais grave. Foram quase seis horas entre combate e rescaldo.

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Na noite de ontem(31), depois de quase seis horas de combate e trabalho intenso, a reportagem conversou com sargento Ramos. Ele destacou alguns pontos relevantes da atuação no bairro Capão do Angico.  Um deles foi a colaboração de populares, policiais militares,  Bombeiros que estavam de folga e do Exército que enviou duas cisternas. Para quem esteve no local, viu a garra dos Bombeiros que não mediram esforços para debelarem as chamas. O empenho foi tanto que o desgaste físico devido ao calor e ao trabalho intenso levou um dos Bombeiros à Santa Casa.  Ele foi retirado do telhado pelos colegas,  encaminhado ao hospital e posteriormente ficou no Quartel. O soldado passa bem.

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Mas a situação demonstra também o perigo do local onde há poucos meses já tinha ocorrido um sinistro e os Bombeiros também tiveram dificuldades no combate pelo difícil acesso ao interior da residência.  De acordo com o sargento Ramos, quando eles receberam o chamado, já acendeu a luz de alerta pois tinham conhecimento da dificuldade e do acúmulo de materiais de fácil combustão no endereço.  Assim que chegaram,  já acionaram o outro caminhão e iniciou a mobilização dos bombeiros de folga. O Sargento ressalta que o fogo era de grandes proporções e precisava de duas linhas de frente,  uma que não permitisse que as chamas atingissem as casas dos fundos e também que não se alastrasse para a frente da residência de Chapéu Preto, pois os materiais são inúmeros.  O incêndio teve início e estava concentrado em um galpão e com alguns metros de distância havia outro depósito.  ” Cerca de 15 minutos foi toda água do primeiro caminhão e o segundo não foi diferente. Nesse intervalo já estávamos buscando ajuda com as Unidades Militares para conseguir as cisternas. Mas tivemos que sair para abastecer os caminhões.  Com isso, tivemos o apoio dos populares e de policiais militares que auxiliaram com baldes, mangueiras e tudo que era possível.  Também chegaram as duas cisternas e no total, foram mais de 25 mil litros de água e 25litros de gerador de espuma em quase seis horas de combate” – descreveu.

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A ação em conjunto e apoio dos colegas que, mesmo sendo em dia de folga, principalmente por ser 31, não mediram esforços pra atuarem no sinistro e, desta forma, evitaram que residências e o prédio ao lado fossem atingidos com danos de grande monta, isso em razão do acúmulo de material na grande maioria de fácil combustão, como toras de eucalipto,  muitas madeiras, difícil acesso ao interior da casa, com ferros cortantes, rede elétrica precária, entre outras dificuldades. Isso não apenas impossibilitou que os Bombeiros pudessem entrar na casa para chegar ao fundo como também os colocaria em perigo.

Mesmo diante de tantos obstáculos, a garra, técnica e atuação de todos foi determinante para que o sinistro fosse extinto. O reconhecimento a todos que auxiliaram: os populares, os policiais militares, soldado Angelo e Maurício que foram para auxiliar no isolamento da área e também realizaram auxílio com baldes para o resfriamento da parede que ameaçava atingir outras casas. Também é importante salientar que os Bombeiros atuaram por quase seis horas em um local difícil, sem ter tempo para ao menos tomar água, quanto mais almoçar. Foram guerreiros como sempre e precisos na atuação.  Fica o reconhecimento no último dia do ano de 2020, um ano de muitas dificuldades que poderia ter sido desastroso para muitas famílias e não foi pela união de todos.

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A equipe de serviço estava composta pelo sargento Ramos e soldados Escarrone, Quadros, Moura e Fernando.  Os Bombeiros que estavam de folga e foram auxiliar são: soldados Guerra, Jonas, Neto, Martins, Bruno, Nascimento e sargento Robson.

O sinistro, conforme o proprietário, Derli da Silva, teria sido provocado por um curto circuito que atingiu algumas madeiras.  Moradores estavam muito preocupados com o sinistro em razão das chamas altas e da fumaça que era visível a quilômetros do local.