Os pequenos chuleadores de Alegrete que vêm arrebatando plateias pelo Rio Grande

E, mais uma vez, o talento dos irmãos Godoy se destacou. Mais uma dobradinha desta dupla que tem no sapateio impecável, o talento nato para a chula. Os passos rápidos sobre o tablado demonstram a habilidade adquirida no decorrer dos anos e com toda dedicação e amor à tradição. Por onde passam e, nos últimos anos estão acumulando prêmios, os irmãos Godoy demonstram toda a apurada técnica. Considerada uma das mais desafiadoras danças tradicionais da cultura gaúcha, a chula valoriza a criatividade e a concentração do competidor.

Em mais um final de semana com muitos desafios, eles participaram da 41ª Campereada Internacional de Alegrete que aconteceu entre 1° e 9 de fevereiro no Parque de Exposição Doutor Lauro Dornelles.

Nesta competição, os dois sagraram-se campeões em suas modalidades. Bruno Godoy ficou em 1° lugar na Chula Mirim e Mateus Godoy em 1° lugar na Chula Juvenil.

Mas, além da Campereada, eles também fizeram bonito na Copa do mundo dos rodeios, na lendária Vacaria. Esta foi a primeira Vacaria da dupla de chuleadores. “Orgulho que não cabe no peito pelos resultados alcançados: Bruninho 4º lugar na finalíssima (pré-mirim)e Mateus 9º lugar na classificatória (juvenil). Nosso Alegrete indo longe, levando a marca do Centro Farroupilha de Tradições Gaúchas. Trouxeram na mala um baita aprendizado e laços de amizade ainda mais fortalecidos. Ao instrutor, Alisson Becker, o nosso agradecimento pelo empenho e dedicação!” – disse a mãe Liana Godoy em seu perfil.

Para dançar chula, é preciso muita determinação, pois é uma atividade que exige muito, é cansativa, não é fácil. Algo que os meninos desenvolvem com muito entusiasmo e fascínio. O amor está no sangue, na alma e na descendência. São filhos de um dos consagrados chuleadores do RS, Marcos Godoy.

Os pais são os maiores incentivadores e apoiadores do talento dos irmãos.

A chula no Rio Grande
A chula caracteriza-se pela agilidade do sapateio do peão ou de diversos peões, em disputas. A masculinidade da dança, num desempenho solitário, sapateando sobre uma lança estendida no salão, retrata a imponência do peão, forjada pelas intempéries das campanhas e a coragem das lutas, na guarda de seu chão.
A chula serviu de verdadeiro tira-teima, entre peões, nas tropeadas de mulas e cavalos da Capitania de São Pedro do Rio Grande do Sul para São Paulo. Tudo era decidido na agilidade dos sapateios, sob a expectativa dos companheiros.

 

Flaviane Antolini Favero
Fotos: Liana Godoy