Pai de brasileiro que foi lutar na Guerra na Ucrânia recebe informação de morte do filho: ‘estamos em choque’

Douglas Rodrigues Búrigo teria morrido após um bombardeio na região de Kharkiv. Deputado Carlos Búrigo, primo da vítima, afirma que Embaixada do Brasil na Ucrânia confirma falecimento. G1 entrou em contato com o Itamaraty, mas ainda não obteve retorno.

A família de Douglas Rodrigues Búrigo, 40 anos, morador de São José dos Ausentes, na Serra do Rio Grande do Sul, confirma que recebeu, na manhã deste sábado (2), a informação de que ele morreu na Guerra na Ucrânia. De acordo com Pedro Elson Vieira Búrigo, pai de Douglas, um comandante teria ligado e informado que ele foi vítima de um bombardeio na região de Kharkiv.

“Pedem que a gente entre em contato com o Itamaraty para saber bem o que deve ser feito. A gente tá ainda pesquisando, estamos em choque”, define o pai em entrevista ao g1.

O deputado estadual Carlos Búrigo (MDB), primo de Douglas, afirmou ao g1 que a Embaixada do Brasil na Ucrânia confirma o falecimento. Porém, ainda precisam receber os documentos e demais dados oficiais do país europeu para repassar ao Itamaraty.

A reportagem entrou em contato com o Ministério das Relações Exteriores, mas, até a publicação mais recente, não havia obtido retorno.

Segundo Pedro Elson, o filho deixou a cidade em 22 de março, quando foi até Vacaria e, de lá, partiu em um ônibus para São Paulo. Dois dias depois, embarcou para a Polônia, com parada em Dubai, de onde foi em um trem até a fronteira com a Ucrânia. Durante todo o tempo, conforme Pedro Elson, eles se comunicavam por WhatsApp.

“Quase todo dia a gente se comunicava. Ele tava com o telefone, comprou um chip europeu e falava todo dia”, descreve.

O último contato foi na terça (28), quando informou que iria para a linha de frente de uma batalha e não teria sinal para utilizar o telefone. Para o pai, a ideia de Douglas não era participar de guerrilha, mas auxiliar a população civil ucraniana em serviços humanitários.

“Ele foi, a princípio, para serviço humanitário. A ideia dele era chegar lá e fazer serviço humanitário. Era o sonho dele ajudar, mas acho que depois deu errado e foi direto para a linha de frente, e o mais errado aconteceu”, afirma.

Douglas serviu ao Exército, em Uruguaiana, por quatro anos, onde atualmente mora sua filha. Depois, passou a trabalhar com transporte de cargas, com o pai, e morou em várias cidades do Norte e Nordeste do país.

Antes de ir para a Ucrânia, ele morava com os pais e a irmã em São José dos Ausentes.

Fonte: G1

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