Pandemia do Coronavírus pode cancelar maior circuito de Mountain Bike da região

Com um dos maiores circuitos de Mountain Bike da região, Alegrete assim como em outras cidades viu seus eventos de corridas de bikes cancelados em virtude da pandemia do novo Coronavírus.

Em Alegrete, o Circuito Trilha Aventura 2020, considerado um dos maiores circuitos de MTB do Sul do Estado entrou o ano com mudanças. A competição, promovida pelo Grupo Trilha Aventura, mobiliza ciclistas brasileiros, argentinos e uruguaios e conseguiu realizar só a 1ª etapa, das sete previstas no calendário.

Justamente no ano em que a organização reformulou os critérios nas categorias para incrementar ainda mais as disputas, os tradicionais trajetos teriam seu traçado inverso, a pandemia frustou os planos da galera das bike.

 

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A única prova realizada do circuito neste ano foi no longínquo dia 8 de março. Num domingo escaldante, 110 atletas desafiaram a tradicional Volta da Raposa. Numa maratona de 58 km, em um trajeto com 606 metros de altimetria acumulada, estradas com muita pedra e corredores com trechos técnicos. A poeira emprestou um cenário de cinema para a prova de abertura do Circuito 2020, promovido pelo Grupo Trilha Aventura, de Alegrete.

Daí em diante, as competições foram canceladas e até o momento sem previsão de retorno. Um dos coordenadores do evento falou com a reportagem do Portal Alegrete Tudo. Conforme Luciano Brasil, o grupo trabalha no intuito de conseguir realizar as competições a partir de setembro, de quando há perspectivas de arrefecimento da pandemia.

“Nossa intenção é retornar ainda este ano. Vamos aguardar até o último momento”, comenta Brasil.  Já são mais de 150 dias sem um evento ciclístico em Alegrete. Atletas estão apenas realizando treinos esporádicos e muitos abandonaram a bike neste período.

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A campeã no Feminino da 1ª etapa conta que a pandemia estragou muita coisa que ela havia planejado para esta temporada. “Estava treinando duro para alcançar meus objetivos. Tinha traçado uma linha de competições, tanto de motos como de bikes e, do nada, tudo estagnou”, resume Mariana Piccoli.

Ela conta que esse período está bem complicado manter os treinamentos. “Minha ideia é de que só em 2021 poderemos retornar as competições com segurança. Se Deus quiser, tenho fé que tudo isso vai passar”, explica a campeão da Volta da Raposa.

Com uma desacelerada nos treinos, Mariana prefere fazer mais volume do que intensidade. Treinada pelo ciclista uruguaio Tito Miraglia, ela está cumprindo uma planilha com treinos de base para não comprometer o condicionamento físico.

Não diferente da campeã feminina, o vencedor no Masculino, Erlan Aita, é coerente em afirmar que a rotina está complicada. Ele segue mantendo os treinos como se tivesse competição. Aita faz uma média de 450 km por semana e ultrapassa os 2 mil km por mês. “Sigo mantendo os treinos. Não posso tirar o pé. É como se tivesse uma competição logo ali”, explica o atleta.

A expectativa dele é ir correr no Uruguai, onde o país vizinho já acenou com o retorno das competições de forma regionalizada. “Espero que isso passe logo e todos consigam voltar a competir”, atesta o alegretense. Durante a pandemia, Erlan se reveza em treinos de speed, MTB, corrida, funcional e treinos indoor.

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Num contraponto com o atual momento, as vendas de bikes aumentaram 118% no Brasil em comparação ao mesmo período do ano passado. Se você tem a sensação de que muita gente investiu no ciclismo durante o “quarentreino” e de que há mais bicicletas nas ruas agora, saiba que não é mera impressão.

É fato: só no último mês, as vendas de bikes aumentaram 118% no Brasil em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bike).

Em contato com lojistas locais, o aumento se deu especialmente porque a população procura por soluções para evitar as aglomerações do transporte público e também seguindo recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Com um valor mais acessível do que motocicletas, a bicicleta contribui para a saúde e para o meio ambiente, já que não poluem, um dos motivos apontados pelas pessoas que compraram e estão procurando se exercitar de uma forma segura, com distanciamento controlado.

No Brasil, a Confederação de Ciclismo bateu o martelo e cancelou todas competições para o Ranking Brasileiro e Internacional (UCI). No RS, a Federação Gaúcha de Ciclismo

Júlio Cesar Santos                                               Fotos: Vagner Torres