Pandemia em números: 59 alegretenses estão hospitalizados na UTI Covid, UPA e Hospital de Campanha

Os dados ainda não são nada favoráveis. Anunciada há uma semana, tudo indica que a bandeira preta possa ser prorrogada por mais uma semana.  Um grande desafio para o comércio que é considerado não essencial e, atualmente está atendendo com severas restrições,  apenas pode fazer vendas por tele-entrega o que “estrangulou ” muitas empresas que dependem das vendas para manter funcionários e as próprias empresas em funcionamento.  Em vários grupos se vê e ouve-se reclamações dos proprietários de empresas consideradas “pequenas”. O desabafo de muitos, é pelo fato de redes de lojas estarem abertas. Embora estas estejam igualmente limitadas em relação à venda.

 

Marco Rego, advogado e estatístico, uma referência em relação aos dados, índices e gráficos da pandemia enviou à pedido do PAT, gráficos atualizados sobre o número de óbitos desde o início da pandemia na Região, Alegrete vem em segundo lugar com 70 óbitos e Uruguaiana em primeiro com 115 e, em terceiro São Gabriel com 67. Santa Margarida do Sul, não tem registro de mortes em decorrência da Covid-19 e Barra do Quaraí tem dois.  Esses são alguns dados dos 11 Municípios que fazem parte da 10ª Coordenadoria de Saúde de Alegrete. Os 70 óbitos na cidade representam 1.31% dos positivados.
Também deve-de levar em consideração que, no balanço das internações no final de quarta-feira(3), os pacientes do novo coronavírus estavam ocupando leitos que, até então, vinham sendo ocupados por pacientes com outras enfermidades.
Desde a decisão que deixou todo Estado na bandeira preta, a situação dos leitos não teve retração, ao contrário, está batendo o sexto dia de maior média móvel de mortes em decorrência da Covid-19 e a capacidade de leitos extrapolou.
Alegrete se manteve com 100% dos leitos UTI Covid ocupados e pacientes aguardando leitos aqui, e em outros municípios do Estado.  Dra Marilene Campagnolo,  que está na linha de frente desde o início, há um ano,  destacou à reportagem que ninguém ficou sem atendimento, mas o aumento expressivo de pacientes com sintomas e de internações também houve a necessidade de descentralizar o Gripário. Com um ponto no Ginásio do IEEOA, o atendimento funcionando também através de voluntários,  muitos médicos veterinários, Fisioterapeuta,  educadores físicos entre outros, já desafogou o número de atendimentos na UPA, que também recebe uma grande demanda de pacientes de outras comorbidades.
Outra situação que foi muito destacada por especialistas foram as chamadas transmissões comunitárias da variante de Manaus em Porto Alegre, a P1. Ela tem se mostrado mais agressiva, incluindo muitos jovens infectados. Alguns com óbitos sem comorbidades, como ocorreu em Alegrete onde uma jovem de 26 anos, Samara Rodrigues, perdeu a batalha contra o vírus.
Os meses com maior número de óbitos foram dezembro com 13, janeiro com 16 e fevereiro com 15, considerando que o mês passado teve dois dias a menos. Já o março em dois dias, quatro óbitos foram contabilizados.

O último boletim epidemiológico apontava 12 pacientes na UTI Covid, sendo 10 confirmados. No Hospital de Campanha, 22 pacientes, 16 confirmados e na UPA são 25 internados, 15 confirmados.

Isso representa o maior número de pacientes internados em Alegrete, num total de 59 entre UTI Covid,  UPA e Hospital de Campanha.

Atualmente são 5.340 casos confirmados, com 4.388 recuperados, 882 ativos (841 estão ativos em isolamento domiciliar e 41 hospitalizados positivos de Alegrete) e 70 óbitos.

Foram realizados 20.450 testes, sendo 14.930 negativos, 5.340 positivos e 180 aguardando resultado. Em observação com síndrome gripal são 1.140 pessoas.

Flaviane Antolini Favero