Para a Prefeitura, o incêndio no depósito do IRMA foi uma ação criminosa

Prefeitura registrou um boletim de ocorrência na tarde desse sábado (5), junto à Polícia Civil

incêndio
A Prefeitura do Alegrete registrou boletim de ocorrência na tarde deste sábado (5), junto à Polícia Civil relativo à criminosa ação que resultou no incêndio no prédio cedido em comodato pelo IRMA ao município. Esta é a segunda ocasião em poucos meses que fatos semelhantes, coincidentemente entremeados de relatos nebulosos, trazem preocupação e estarrecimento aos alegretenses.
Felizmente a ação efetiva do Corpo de Bombeiros, Exército e Secretaria de Infraestrutura impediram ainda mais prejuízos, afora os causados à saúde pública, ao meio ambiente e à estrutura do prédio. Este último, condenado pela Defesa Civil, acabou demolido na tarde de sábado (5).
 

Nota da Prefeitura

Durante oito anos, entre 2005 e 2013, o referido prédio funcionou como depósito de pneus inservíveis. A partir de 8 de julho de 2013 foi desativado, sendo o depósito transferido para o hangar do aeroporto, único local atualmente disponibilizado pelos setores envolvidos para este fim. Mesmo assim, eventualmente pneumáticos acabavam sendo abandonados no local, os quais vinham sendo removidos pelo controle de vetores assim que identificados.
Cabe ressaltar que pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, a atribuição de manter pontos de recolhimento de pneus não é do poder público, e sim dos comerciantes/prestadores de serviço. Portanto, o Ecoponto, da forma como está posto, resulta da negligência de um setor da sociedade em assumir sua parcela de responsabilidade definida por lei. As Secretarias de Meio Ambiente e de Saúde e o Conselho Municipal de Meio Ambiente notificaram conjuntamente em março de 2013 a Associação dos Pneumáticos, Comerciantes e Prestadores de Serviço de Alegrete para que assuma efetivamente seu papel na cadeia produtiva, o que infelizmente até o momento não ocorreu.
O mais recente carregamento pela Associação Nacional das Indústrias de Pneumáticos (ANIP) aconteceu no último dia 30, quando muitos dos retalhos e restos de borracha acumulados durante tantos anos foram organizados com apoio do Exército. Devido à grande quantidade, ainda restou no prédio do IRMA muito desse material, que, misturado com as vigas de madeira do telhado em escombros, serviram como combustível para o incêndio que presenciamos.
O Parque Alegretense de Resíduos Sólidos será composto por três pólos, dentre os quais as centrais de logística reversa, com recolhimento de materiais, como eletroeletrônicos, pneus e lâmpadas fluorescentes. Com quase 50% concluída, o investimento total da obra é de R$ 2,697 milhões.
Em face de essas questões, não podemos também esquecer o seguinte fato: é impossível um incêndio com essas proporções acontecer espontaneamente. A nuvem de fumaça não paira apenas sobre as casas das famílias residentes nas adjacências do IRMA, como não ficou em abril último nas imediações do hangar do antigo aeroporto, ou com o vandalismo nos contêineres do calçadão.
A população de Alegrete precisa combater estas ações violentas e contínuas. Informe as autoridades, principalmente na área de segurança, e não permita que fatos como esse continuem ocorrendo. A administração municipal não se abstém de sua responsabilidade, mas tem todo o interesse na efetiva solução do caso e não medirá esforços para que isto aconteça.