
PAT – O senhor foi lançado pré-candidato a prefeito de Alegrete pelo Republicanos. O assunto teve forte repercussão, mas de repente o Republicanos participou do pré-lançamento de Jesse Trindade, onde foi anunciada a futura coligação com MDB, Progressistas e PSDB. Afinal, o senhor desistiu da pré-candidatura?
Paulo Bandeira – Fui lançado pré-candidato pelo Republicanos há alguns meses. Acho que fui o primeiro a ser lançado no município. Senti-me honrado com o convite e aceitei, passando desde então a desenvolver um projeto de campanha e um programa de governo. Fui a Porto Alegre e junto com o presidente Jaime Duarte encontrei-me com o presidente do partido, o deputado federal e agora secretário de Habitação do Estado, Carlos Gomes. Minha pré-candidatura foi bem aceita pela Executiva Estadual.
Depois percebi que os correligionários ficaram entusiasmados com o pré-lançamento e confesso que também fiquei eufórico. Mas a política não é feita de euforia. O caminho do partido passa necessariamente pelo trabalho da Executiva. Não houve desistência, mas acabei declinando da candidatura após ver que a possível coligação com o PL não se consolidou.
PAT – Mas o Republicanos não esteve conversando com o PL? Não haveria uma frente de direita?
Paulo Bandeira – Desde o princípio, a ideia foi unir os partidos conservadores e de direita. O PL é um partido qualificado e o Republicanos buscou coligar. Ocorre que, segundo o presidente do PL, meu nome encontrou resistência dentro do Partido Liberal. Realmente fiquei um pouco desapontado e precisamos aceitar a posição dos homens. O que não podemos abrir mão é dos desígnios de Deus. Mais importante que concorrer é participar, e continuarei contribuindo sempre com os bons propósitos. É de minha natureza humana e rotariana tentar fazer o bem sem olhar a quem.
Continuo acreditando em minha liderança, pois a construí através de uma vida digna e uma família feliz, simples, com trabalho honesto e uma história de conquistas pessoais e profissionais. Isso é resultado de muita luta, superação e sacrifícios. Ocorre que acima do nome Paulo Bandeira está o ideal Republicano. Recebi a confiança e o apoio de meus familiares e da Família Republicana. Isso é o que importa! Se isso incomoda outras pessoas, é normal! Quando temos coragem para agir, precisamos ter sabedoria para reconhecer quem pensa diferente.
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A partir da negativa ao meu nome, coloquei-me à disposição do Republicanos para contribuir de qualquer forma que puder. Nosso presidente promoveu uma reunião com todos e, diante disso, foi concebida a possibilidade concreta de coligação com o MDB e os Progressistas.
Se o Republicanos é Jesse, sou Jesse! Aliás, tanto Jesse como todos os pré-candidatos que estão sendo anunciados pelos demais partidos são dignos de meu respeito. Precisamos compreender que mais importante que as candidaturas é o município. Mais importante que as eleições é encontrar meios para torná-lo um lugar melhor para se viver, para trabalhar e para construir o futuro das novas gerações.
Nosso partido, ao contrário do que algumas pessoas pensam, é forte, e o importante é participar do pleito com dignidade, respeitando ao eleitor. Acolhi a decisão da Executiva e me coloquei à disposição para contribuir na campanha.
PAT – Após ser rejeitado pelo PL, qual sua expectativa em relação às campanhas eleitorais deste ano?
Paulo Bandeira – Uma campanha eleitoral sempre é um momento de crescimento e aprendizagem para a população. Eu sempre afirmei que o atual governo municipal está fazendo um valioso trabalho, talvez um dos mais contundentes da história de nosso município. Isso se deve muito ao prefeito Márcio e também ao vice Jesse. Aliás, conheço o candidato Jesse e tenho um enorme respeito e admiração pelo seu talento e sua liderança, tendo testemunhado ações valiosas em favor do município, com repercussão direta junto à nossa população.
Caso concorrêssemos, teríamos uma campanha de propostas, de projetos, sem a necessidade de fazer ataques a qualquer outra sigla ou candidato. Os eleitores não aceitam mais esse tipo de política com agressividade, ataques e acusações que, em vez de elevar, somente prejudicam o espírito democrático. O que precisamos é de campanhas recheadas de propostas, de ideias, de planos concretos que tragam desenvolvimento e progresso para o município, para os bairros, para os distritos, para as famílias, enfim, para cada cidadão.
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Tínhamos a ideia de uma candidatura própria? Sim! Mas a união com outras siglas não diminui a nossa importância como partido no cenário eleitoral do município. Por enquanto, o que sabemos é que o Republicanos aceitou a chamada do MDB e dos Progressistas para compor uma campanha de forma unida e forte. Quanto a mim, só o fato de ter sido corajosamente lançado pelo partido como pré-candidato já me enche de honra e gratidão.
PAT – O senhor acredita que o MDB, os Progressistas e PSDB irão contar com sua participação na campanha?
Paulo Bandeira – Não possuo vaidades, nem estou participando do processo político para outros interesses que não sejam contribuir com meu município. Sempre dialoguei com todos, com o prefeito, o vice e os secretários de nosso município. Aliás, sempre deixei claro que, caso concorresse a prefeito, pontuaria minha campanha por propostas e não com ataques e críticas sem soluções.
É claro que podemos contribuir na campanha, mas isso depende do que o Republicanos adotar e, mais uma vez, do acolhimento de minha participação pelos demais. O certo é que possuo uma mina inesgotável de ideias que construí ao longo de minha caminhada. Não são simples ideias, são projetos, planos concretos em diversos campos: no humano, social, esportivo, cultural, técnico, administrativo, estrutural. Sou estudioso e Deus me abençoou com uma capacidade criativa que se reflete em minha vida e na vida dos que me rodeiam.
Mas respondendo objetivamente à pergunta sobre minha participação: acredito que posso ser útil, porém isso não depende somente de mim. Creio em uma campanha propositiva, oferecendo um caminho de concretizações para o futuro, especialmente na solução das carências que temos. As pessoas estão cansadas de ouvir críticas vazias, sem ideias, sem projetos, sem soluções. Sempre digo que é fácil criticar, mas normalmente quem critica não apresenta propostas.
PAT – O que o senhor pretende fazer agora que não é mais pré-candidato?
Paulo Bandeira – Nada mudou! Continuarei trabalhando, devo desenvolver alguns projetos novos na mídia radiofônica e, se for chamado para contribuir, estarei pronto, pois o fato de não ser candidato não muda nada em minha vida. Acho que foi uma grande aprendizagem, mas preciso continuar em frente, sempre com fé em Deus, confiança em seus desígnios e firme certeza de que, mesmo aos sessenta anos, ainda preciso caminhar em frente, na direção da felicidade de minha família.
Minha esposa, meus filhos e suas esposas me fortalecem a cada dia e minha netinha é algo maravilhoso na vida de todos nós. É o futuro! Continuo me dedicando à advocacia e plantando sementes de esperança no coração das pessoas. Continuo na comunicação, contribuindo para que o mundo seja um pouco melhor e que as pessoas analisem a realidade para construir o futuro. Foi isso que recebemos como lição do maior Semeador da Humanidade e único caminho para a Vida Eterna, Jesus.
Então, que a paz prevaleça e que Alegrete tenha um futuro promissor.