Pneumologista da UTI Covid alerta para agravamento dos casos em curto espaço de tempo

A pandemia do novo coronavírus é uma doença respiratória aguda causada pela síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV-2). A doença foi identificada pela primeira vez em Wuhan, na província de Hubei, República Popular da China, em 1 de dezembro de 2019, mas o primeiro caso foi reportado em 31 de dezembro do mesmo ano. Acredita-se que o vírus tenha uma origem zoonótica, porque os primeiros casos confirmados tinham principalmente ligações ao Mercado Atacadista de Frutos do Mar, que também vendia animais vivos. Em 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde declarou o surto uma pandemia.

Desde então, inúmeras mudanças protocolos e a busca por uma vacina tentaram nortear um possível controle da disseminação do vírus. Mas isso não tem sido uma tarefa fácil. A exemplo de muitos municípios, Alegrete também têm àqueles que são totalmente contrários a tudo que é solicitado diante das exigências sanitárias. Principalmente o assunto aglomerações e a falta de uso da máscara. Embora já tenha vacina e parte da população esteja recebendo a primeira dose, outras a segunda, o que se percebe é a aproximação de mais um colapso na rede de saúde. Alguns hospitais em Porto Alegre já anunciaram o cancelamento de várias cirurgias eletivas e expuseram a preocupação com a superlotação. Em uma transmissão, no último dia 17, o Governador Eduardo Leite, falou sobre a preocupação do Comitê de Risco. Ele citou que nos últimos 10 dias foi identificado um aumento nas expressivo de internações em leitos clínicos e de UTI. Por esse motivo, solicitou que a população siga com os cuidados.

O Prefeito Márcio Amaral, também destacou a dificuldade que a fiscalização tem em atender todas as demandas. Mesmo assim, considerou que no último feriadão, o trabalho foi muito intenso e vários estabelecimentos e pessoas foram autuados pelo descumprimento ao Decreto em vigor. As pessoas não poderiam permanecer em locais públicos e praças a partir das 23h.

Já a Dra Simone Estivalet que está à frente da UTI Covid-19 desde o início, ao ser questionada sobre o aumento no número de óbitos, deixou claro sua preocupação. A médica pneumologista, explicou que os pacientes estão chegando mais graves. Com poucos dias de sintomas já apresentam lesões graves nos pulmões e acabam evoluindo para ventilação mecânica e intubação. O suporte ventilatório está muito precoce – comentou.

Esses dados parecem nenos importantes para muitos que desafiam o vírus quebrando todos os protocolos e se julgam resistentes pois não apresentam comorbidades ou problemas de saúde que possam caracterizar algum agravante em caso de infecção pelo vírus. Porém, a reportagem conversou com um paciente de 62 anos que não apresentava problemas de saúde. Não era fumante ou qualquer característica que pudesse ter receio maior ao vírus, mesmo assim, ele disse que mantinha todos os cuidados e o receio da família era a sua esposa por já ter outras enfermidades. Mas, diferente de tudo que poderia imaginar, hoje, ele se diz um sobrevivente, pois imaginou que não fosse resistir à Covid-19. “Sem comorbidades, saudável e sem saber de que forma foi infectado, o resultado foi um longo tratamento na UTI, com paradas cardiorrespiratórias e intubação. “Achei que não iria voltar, soube de outras pessoas que praticamente não tiveram sintomas ou foram assintomáticas e, eu quase não resisti. Hoje ainda estou fazendo fisioterapia, desde a alta em dezembro e com algumas sequelas” – descreveu.

O relato do idoso, que preferiu não se identificar, apenas reforça o que ele descreveu para reportagem, que o mais importante é deixar claro para a juventude ou àqueles que se julgam saudáveis e invencíveis, que o vírus não escolhe quem atacar e pode causar danos irreparáveis,  independente do organismo. A prevenção e pensar no seu semelhante devem ser prioridades – completou.

Alegrete tem 59 óbitos e mais de 500 casos ativos do vírus.