Vítimas e colegas das garotas publicaram as denúncias pelo Twitter usando hashtag #exposedfortal. Secretário da Segurança determinou prioridade na investigação do caso.
Um grupo de estudantes de Fortaleza está sendo acusado de compartilhar fotos íntimas de meninas em um grupo de conversas por meio do aplicativo WhatsApp. O caso foi divulgado pelas redes sociais nessa segunda-feira (22). Segundo uma garota que teve imagens vazadas relatou ao G1, o grupo compartilhava as fotos desde 2016.
As vítimas e colegas das garotas publicaram as denúncias pelo Twitter usando hashtag #exposedfortal, que ficou entre os assuntos mais comentados da rede social no país. Após a repercussão, a Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) informou que está investigando o caso.
De acordo com as denúncias, o grupo, composto por garotos e homens jovens, alimentava a rede social com ‘nudes’ de meninas, em sua maioria, menores de idade. Os suspeitos utilizavam o espaço para tecerem comentários sobre as vítimas, dando notas para as fotos íntimas, e chegavam a ameaçar algumas delas.
Vítimas denunciam que tiveram imagens divulgadas sem a permissão — Foto: Reprodução/Instagram
Conforme uma das publicações que relata o caso, após receberem as imagens no grupo, alguns integrantes iniciavam um contato com as vítimas. “Alguns xingavam e chamavam no privado as meninas que tiveram suas fotos íntimas compartilhadas para zoar”, afirma uma das publicações.
Casos desde 2016
De acordo com uma das meninas que se declaram vítima da exposição, o grupo foi criado há cerca de quatro anos. “Era um grupo onde meninos enviavam ‘nudes’ das meninas para os homens. Eles foram descobertos, mas nenhuma menina se pronunciou, pois ficaram com medo, e não deu em nada. Esse ano fizeram um novo grupo, onde vários meninos faziam a mesma coisa”, explica.
Outra jovem afirma ter tido fotos íntimas vazadas. “Em 2016 até 2018, esse grupo espalhava várias fotos íntimas de diversas meninas, não só de Fortaleza. Inclusive um menino espalhou fotos minhas lá também, e agora que o expus ele veio me dizer que tava arrependido pelo o que fez na época”, disse em entrevista ao G1.
A vítima afirma ainda que, após a divulgação das denúncias, os integrantes saíram do grupo. “E desse grupo a maioria dos meninos [denunciados] já participaram. Quando a #exposedfortal começou a repercutir, várias pessoas que ainda estavam no grupo saíram dele pra escapar da situação. Mas quem tava no grupo, mandava sim – fotos de meninas, menor de idade, criança, vídeos”, denuncia.
Investigação
Por meio de uma postagem em seu perfil pessoal, o secretário da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), André Costa, informou que o caso está sendo investigado e todas as denúncias estão sendo avaliadas.
“A Polícia Civil já está apurando denúncias relatadas no #exposedfortal, determinei prioridade para o caso. Solicito que as vítimas registrem o BO para facilitar a identificação dos envolvidos”, publicou.
A Policia Civil já está apurando denúncias relatadas no #exposedfortal, determinei prioridade para o caso. Solicito que as vítimas registrem o BO para facilitar a identificação dos envolvidos. O registro pode ser feito por meio desse link: http://bit.ly/3fOFFJh
Em nota, a Secretaria da Segurança informou a Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dceca) apura as denúncias envolveriam crianças e adolescentes. Conforme a Pasta, “as diligências coordenadas pela delegacia especializada ocorrem no intuito de se chegar aos nomes das pessoas envolvidas, bem como identificar as circunstâncias dos casos”.
Segundo a Instituição, as denúncias podem ser feitas por meio do por meio do número 181, o Disque-Denúncia da SSPDS, ou ainda para o número (85) 3101-2044, da Dceca.
Fonte: G1