Polícia investiga pirataria e receptação de celulares roubados no camelódromo de Pelotas

Operação apreendeu, no mês passado, cerca de mil aparelhos sem procedência. Quatro comerciantes foram presos em flagrante. Produtos piratas também são alvos de buscas.

A Polícia Civil investiga crimes de diversas naturezas no camelódromo de Pelotas, no Sul do estado. Além da pirataria, vendedores foram flagrados por receptação de celulares roubados.

O centro de compras é autorizado pela prefeitura, e fica próximo à Receita Federal. Mesmo assim, comerciantes negociam produtos falsificados e até mesmo sem procedência.

O local se tornou um ponto de receptação de celulares roubados, segundo a polícia. O aparelho de uma vítima, que foi levado enquanto fazia piquenique em uma praça, foi recuperado no centro de compras. No mês passado, uma operação apreendeu mil celulares sem procedência.

“Quatro comerciantes, na ocasião, foram presos em flagrante pelo crime de receptação qualificada”, diz a delegada Lisiane Mattarredona.

A poucos metros dali, está a Receita Federal. O superintendente adjunto Ademir Gomes de Oliveira admite que a proximidade gera constrangimento, mas diz que o foco dos fiscais é o atacado, não o varejo.

“Nós temos um escritório de inteligência aqui da região, temos uma divisão de combate ao contrabando muito bem aparelhada para, usando determinadas ferramentas, detectar onde está o grosso, vamos dizer assim, dessas mercadorias.”

Polícia investiga pirataria em camelódromo de Pelotas — Foto: Reprodução / RBS TV

Polícia investiga pirataria em camelódromo de Pelotas — Foto: Reprodução / RBS TV

Vitor Augusto Koch, presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL), alerta que, além de ser um desrespeito, pirataria é ilegal. Quem vende produto pirata pode ser condenado de dois a quatro anos de prisão.

“Precisaria ser proibido imediatamente isso. Produto pirata, que está usando mão de obra clandestina, que a gente não sabe a origem, que não recolhe impostos, e na frente da Receita Federal. Realmente é uma coisa preocupante.”

O professor de Direito Penal Mateus Marques explica que a tolerância a crimes de menor gravidade, como a pirataria, abre caminho para bandidos mais perigosos:

“O criminoso é um sujeito sagaz em todos os sentidos. Ele analisa o ambiente e verifica que se o Estado não está presente ali para fazer com que exista uma efetiva punição sobre os pequenos delitos, ele vai se estruturando exatamente para poder praticar outros até que se verifique que os mais graves já estão ocorrendo também naquele local.”

Contrapontos

A Prefeitura de Pelotas, que emite as licenças para os vendedores, diz que cassa o documento em caso de irregularidade, e que troca informações com as forças de seguranças para reduzir os crimes no interior do camelódromo.

A administração do Pop Center diz que espera punição aos responsáveis por eventuais irregularidades.

Fonte: G1