Políticos locais afirmam que crise política nacional, vai ter influencia nas eleições de 2016

A noite do dia 2 de dezembro foi marcada pelo anúncio do pedido de impeachment da Presidente Dilma Roussef, feita pelo presidente da Câmara dos Deputado, Eduardo Cunha.

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A turbulência política na capital federal tem reflexos em todas as cidades do país e aqui não foi diferente.

Líderes de alguns partidos ou quem sempre esteve engajado na política, em Alegrete, emitiram opiniões diferentes de como estão vendo os desdobramentos da crise política no Brasil.

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O presidente do PT de Alegrete, Anilton Oliveira, afirma que o pedido não tem fundamento jurídico. “Um exame que não precisa se aprofundar em teses jurídicas  para ver que não tem fundamentação.

O advogado afirma que a democracia do Brasil está consolidada. – Há um respeito às instituições, fato que iniciou no governo PT, com o fortalecimento da Polícia Federal e da Procuradoria Geral da República. “Hoje nada vai para baixo do tapete”. Ainda diz: quando que na época do FHC iríamos ver donos de grandes empreiteiras presos?

Anilton completa dizendo que o ato de Cunha, ao seu ver, foi de um homem bomba, porque ele é um corrupto confesso. A alteração das metas fiscais do governo mostram que o país está reagindo com o aumento das ações da Ibovespa e outros indicadores.

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Já, Celeni Viana, vereador e presidente do PSDB local, diz que o pedido é decorrente da insistência do governo federal em desrespeitar a lei de responsabilidade fiscal. “Especialmente,no que tange a realização de movimentação financeira com entes públicos, especialmente  bancos, numa clara demonstração de burla e encobrimento de um gigantesco déficit no orçamento do governo.”

Quanto a indagação se a democracia brasileira esta sólida o suficiente para enfrentar esse quadro nacional delicado, os entrevistados foram unânimes em dizer que sim.

Viana afirma que a democracia está mais que consolidada, “a gente viu a população nas ruas por várias vezes, pedindo o impeachment, e hoje dá para dizer que foi atendida de forma ordeira e sem quebra quebra, respeitando a função de cada instituição. – Não tenho dúvida que mais esse desafio vai sedimentar o sistema democrático nacional.

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Em relação aos reflexos nas eleições de 2016, ele considera em aberto. “Nada de definitivo e, com certeza, os fatos da politica nacional vão impactar nos municípios. Afirma que não tem um caminho definitivo às composições para um pleito municipal”.

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O advogado Djalmo Santos, atualmente sem partido, mas um esquerdista convicto, diz que a situação é delicada e o Brasil vive uma incompetência de gestão em todas as esferas de governo. Mas quanto ao sistema democrático, Djalmo fala que não há riscos e as instituição estão sólidas para enfrentar tamanha crise.

Ele acredita que vai ter reflexo nas nas eleições, principalmente nos partidos envolvidos na corrupção. – O povo tão sofrido e penalizado não está mais alienado e não aguenta mais tanto sujeira, assevera.

Santos ainda colocou o oportunismo com que os políticos, ou servidores ocupam cargos e funções e, muitos sem retorno positivo à população. Deu como exemplo a segurança pública, direito de todo cidadão e que não funciona no Brasil.

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Já o presidente do PP, Airton Zuquetto Dutra diz que o pedido de impeachment já havia sido manifestado nas ruas. Mas considera que tanto Cunha como a presidente tem culpa no cartório.

Cunha

A nossa democracia está bem e vamos passar por esta crise,porque as instituições são fortes, afirma.

Ele considera que o país deve ser passado a limpo, doa a quem doer. “O reflexo imediato do pedido de impeachment da presidente Dilma foi a suba de ações na Bolsa, como da Petrobras e outras”.

Quanto a influência na economia, Zuquetto acha que depende do desdobramento do processo.

Os efeitos da turbulência nacional, acredita ele, vão respingar de alguma forma nas eleições municipais de 2016 – Os eleitores estão com uma lupinha e engana-se quem acha que o povo não sabe, não vê. Isto tanto na cidade como no interior’,considera.

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Para o presidente do PDT local, Alberto Pinheiro Machado Prates, por enquanto o assunto está muito midiático, porque envolve questões técnicas e jurídicas importantes e o processo é demorado.

Ele não vê não nenhum risco de afetar a democracia do Brasil.

As eleições municipais, diz o presidente do PDT, são focadas muito mais nas pessoas do que em partidos, por isso a questão não terá influência maior nas escolhas dos novos prefeitos em 2016.
Em relação ao fator econômico, afirma ele que todos os especialistas e técnicos nesta área dizem que sem o ajuste fiscal completo a economia vai sofrer. – Os experts na área confirmam que 2016 e 2017 serão anos difíceis”.

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