Javali, uma “praga” que está proliferando cada vez mais no interior de Alegrete e preocupa os produtores, além de um grande prejuízo. Esta semana chegou ao PAT, através de um produtor da região do Rincão de São Miguel, um relato que “assusta”. O homem que tem uma chácara no interior do município, disse que perdeu parte do rebanho de ovelha, pelo ataque de javalis. Assim como as plantações que são devastadas pelos animais.
” A situação está fora de controle” – disse o produtor.
As varas provocam um rastro de prejuízo por onde passam. O javali tem cerca de 80 quilos e reproduz muito rápido, podendo ter mais de uma ninhada por ano. Cada fêmea pode ter de oito a nove filhotes.
E é justamente essa alta taxa de natalidade, combinada ao comportamento destrutivo, que faz com que o seu potencial de invasão seja aumentado. O descontrole ambiental gerado é muito grande.
Mesmo com a caça liberada, no máximo são abatidos cerca de três ou quatro. Eles geralmente atacam em bando e ao anoitecer.
Caça
Atualmente, o javali é o único animal cuja caça é permitida no país. Em 25 de março, uma nova portaria do Ibama regulamentou o uso de cães para o manejo da espécie e informatizou o sistema de autorizações para caçadores. As medidas são vistas com bons olhos por produtores rurais e pesquisadores, que reclamavam da burocracia do sistema antigo.
Origem
O javali é um porco selvagem, originário da Europa, Ásia e norte da África. Foi introduzido em diversas regiões do mundo como animal de criação para a produção de carne. Durante muitos anos considerou-se a hipótese da invasão de javalis no território brasileiro ter ocorrido pela fronteira sudoeste do Rio Grande do Sul com o Uruguai, motivada possivelmente pela diminuição na oferta de alimento no país vizinho. Atualmente, é consenso que boa parte dos animais foi trazida clandestinamente do Uruguai, em caminhões, por pessoas interessadas em sua criação ou introdução não autorizada na natureza para a caça.
A redação entrou em contato com a PATRAM. A informação é que já houve vários relatos sobre o aumento desta espécie, com prejuízos consideráveis.
Este ano, em Alegrete, um jovem natural de Ijuí perdeu a vida durante a caça de javali e outro homem, alegretense, foi baleado. Nos dois casos, as causas seriam disparo acidental de arma de fogo.
Flaviane Antolini Favero