Produtores do RS esperam colher 1,5 mil toneladas de arroz agroecológico

Cultivado pela primeira vez na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, produtores comemoram o início da colheita do arroz agroecológico, comum em assentamentos da reforma agrária. A expectativa é colher 1,5 mil toneladas na primeira safra da região, como mostra a reportagem do Campo e Lavoura, da RBS TV (veja o vídeo).
O cereal livre de agrotóxicos foi semeado tardiamente, em dezembro do ano passado, por problemas de estrutura. No entanto, o clima colaborou e as colheitadeiras já estão trabalhando no assentamento Santa Maria do Ibicuí, em Manoel Viana.
Ao todo, foram plantados 250 hectares. A estimativa é que sejam colhidas de 120 a 150 sacas por hectare na primeira safra do ano. Segundo o Instituto Riograndense do Arroz (Irga), os fatores que motivam essa produção são o custo e o valor pago pela saca, que é 30% a mais que o convencional.
“Hoje o saco de arroz orgânico está custando em torno de R$ 39, R$ 40, enquanto o convencional em torno de R$ 33, R$ 34”, explica o engenheiro agrônomo do Irga Leonardo Acosta. “O custo desse ano está em torno de R$ 1 mil reais por hectare, enquanto em uma tradicional esta em cerca de R$ 5 mil”, acrescenta.
O grão está sendo armazenado em dois silos que foram viabilizados pelo Incra. A capacidade de cada um é de 20 mil sacas. Outro diferencial da lavoura agroecológica é que ela não recebe agrotóxicos. Além disso, o adubo utilizado é natural do solo.
“[o manejo] É realizado principalmente com a água, que é o principal controle das plantas daninhas, espontâneas e de insetos também. E o manejo de fertilidade é feito com produtos adubos orgânicos que são liberados pelas certificadoras”, detalha o engenheiro agrônomo da Emater Leandro Filipin Vezzosi.

Colheita do arroz agroecológico começou na Fronteira Oeste do RS (Foto: Reprodução/RBS TV)
Colheita do arroz agroecológico já começou na
Fronteira Oeste (Foto: Reprodução/RBS TV)

O cultivo de arroz orgânico é característico dos produtores da reforma agrária do estado. Atualmente, 24 assentamentos de 16 municípios investem neste tipo de cultura. Quase toda a produção é destinada ao programa de aquisição de alimentos do governo federal.
Na safra de 2013/2014 são esperadas 400 mil sacas em todo o Rio Grande do Sul. A expectativa na Fronteira Oeste é de que a produção seja ampliada para 600 hectares.
 
Fonte: RBS TV