Professores estaduais decidem encerrar greve durante assembleia em Porto Alegre

Por 725 votos a 593, professores suspenderam paralisação iniciada em novembro do ano passado. Magistério reivindica, entre outras coisas, rejeição do pacote de reformas na carreira proposto pelo governo.

Durante assembleia em Porto Alegre na tarde desta terça-feira (14), os professores estaduais decidiram encerrar a greve, iniciada em 18 de novembro do ano passado, totalizando 58 dias. Foram registrados 725 votos a favor do fim da paralisação e 593 contrários.

“Voltamos à sala de aula para preservar o salário da categoria e pelo compromisso com estudantes e a comunidade escolar. Ao contrário de Eduardo Leite, nós temos responsabilidade com nossos alunos”, critica a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer, entidade que representa a categoria.

Uma nova paralisação está marcada para o próximo dia 27, em que os professores vão avaliar o avanço das negociações com o governo.

A Secretaria Estadual de Educação informa que 37 escolas seguiam paralisadas até esta terça. Já o CPERS contabiliza em torno de 84 escolas totalmente ou parcialmente paradas, com cerca de 5 mil professores aderindo ao movimento.

Os professores haviam iniciado a greve reivindicando, entre outros pedidos, o pagamento em dia e de forma integral de salários, os reajustes salariais e realização de concursos públicos para professores e funcionários das escolas.

O grupo também é contra o pacote do Executivo que prevê, por exemplo, alterações nas carreiras dos servidores. O projeto está em discussão na Assembleia Legislativa.

A categoria não entrou em acordo com o governo. Na assembleia, os professores também deliberaram por exigir o pagamento dos dias parados, rejeitando proposta apresentada pelo governo, e pela construção de um calendário de mobilização contra o pacote de reformas.

Em janeiro, o governo havia proposto pagar em até cinco dias úteis o salário integral relativo ao tempo paralisado. O valor dos 25 dias de greve seria descontado em parcelas de até 20% ao longo dos próximos seis meses.

Governo admite votar projeto depois do recesso

No Palácio Piratini, o governo admitiu pela primeira vez que pode deixar a votação do projetos que mexem com o plano de carreira e aposentadoria dos servidores para depois do recesso dos deputados. O governo havia anunciado a intenção de convocar uma sessão extraordinária para pautar o conjunto.

“Isso dependerá da condição técnica dos projetos, de ajustes eventuais que devam ser feitos em função do diálogo que temos permanente com a nossa base na Assembleia, da própria condição do quórum a ser reificado, da disponibilidade dos deputados. Tudo isso será avaliado ao longo desta semana”, informa Leite.

“Nossa disposição é de superarmos essa pauta o quanto antes, se for possível dentro de uma sessão extraordinária. Senão, vamos avaliar de que forma será. Poderá ser convocada sessão extraordinária para alguns projetos, para outros, não, ou poderá chegar ao ponto de não ter convocação de extraordinária. Tudo isso esta sob análise”, observa.

Fonte: G1