Próxima da família e morando há 12 anos no Exterior: quem era a gaúcha morta na Espanha

O corpo de Paloma Barreto, nascida em São Gabriel, foi encontrado em apartamento na cidade de Avilés, no último sábado 

Alegre, sorridente e morando há 12 anos fora do Brasil para expandir seus horizontes na Europa. Com frequência, falava com os irmãos, por chamadas de vídeo via smartphone. É assim que a família se lembra de Paloma Barreto, nascida em São Gabriel e encontrada morta na em apartamento na cidade de Avilés, no principado das Astúrias, no norte da Espanha, no último sábado (21).

A irmã da vítima, Sinara Macedo, conta que o homem apontado pela polícia espanhola como suspeito do crime era íntimo de Paloma — ele foi preso. De acordo com Sinara, os dois teriam se conhecido durante viagens pela Europa e trabalhavam juntos. Quando a família conversava com Paola por chamada de vídeo, o homem preso pela polícia e que até agora não teve o nome divulgado costumava se esquivar da câmera. A atitude não era bem vista pela família.

— Achávamos estranho. Toda vez que fazíamos contato, ele se escondia. Mas como ela estava feliz, aparentemente bem, sempre muito alegre, não achamos o momento oportuno para falar algo —  relata Sinara.

“Sempre teve apoio”,  diz irmã

A segunda mais velha de quatro irmãos, Paloma nasceu em São Gabriel, na Fronteira Oeste, e morava em Alicante, cidade de 300 mil habitantes situada no litoral espanhol, a cerca de 400 quilômetros de Madrid. Conforme a irmã, Paloma era transexual e esse assunto nunca foi um muro entre a família.

— Sempre aceitamos ela do jeitinho que ela sempre foi. Sempre teve o apoio da família. Somos bem unidos e ela sempre dizia que tinha muito orgulho de nós — conta Sinara.

Emocionada, a irmã conta que, quando conversavam, ambas falavam sobre o dia a dia. Segundo Sinara, a irmã não aparentava estar em perigo nem contou algum episódio de violência ou atrito entre ela e o suspeito. 

—  Ela nunca falou nada (sobre alguma briga entre os dois). Até porque a Paloma sempre foi uma pessoa que se defendeu muito bem. Não conseguimos entender o que ocasionou isso, a razão de tanto ódio, de tanta raiva —  conta Sinara.

O crime

Segundo informações preliminares do jornal El Comercio coletadas junto ao Instituto Anatómico Forense de Asturias, Paloma foi golpeada 18 vezes com uma faca. O corpo foi localizado por uma funcionária que fazia a limpeza do apartamento, no mesmo dia do assassinato.

Apaixonada por animais, ela deixou três cães em sua residência em Alicante. Um amigo conhecido pela família cuida dos pertences e dos pets, enquanto o processo burocrático para o sepultamento é organizado. 

Sinara conta que o Consulado-Geral do Brasil em Madrid entrou em contato com a família e acompanha os desdobramentos. O caso foi colocado em segredo de Justiça e, por isso, o Itamaraty não repassa detalhes. O corpo de Paloma está em Oviedo — a família não sabe o sepultamento será feito no Brasil.

Produção: Ásafe Bueno

Fonte: Gaúcha/ZH