Queimadas podem ser a causa de animais silvestres procurarem a cidade

Corta o coração observar uma área de vegetação logo após ser completamente devastada por um incêndio.

O primeiro impacto, de imediato, são os animais se refugiarem em áreas não afetadas e, quando a escassez de alimento ocorre, saem em busca da sobrevivência e, muitos acabam “invadindo” o território urbano. Esse deve ter sido um dos motivos de dois registros pouco comuns pelas ruas da cidade.

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O primeiro, foi um tamanduá-mirim resgatado, na noite de quarta-feira (26), pelos Bombeiros em Alegrete. De acordo com informações, moradores da rua 20 de Setembro, acionaram a Guarda Municipal após flagrarem o mamífero atravessar a rua e subir em uma árvore.

Assim que chegaram no local, os guardas municipais verificaram a situação e perceberam que o animal estava assustado. Eles acionaram o Corpo de Bombeiros, através do sargento Guedes e soldados Quadros e Sacks que retiraram o tamanduá-mirim com segurança.

Na sequência, como o animal estava saudável, ele foi levado para uma mata próxima ao Rio, no Caverá, e, em seguida, solto na natureza.

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O guarda municipal, Marcelo Aurélio Nunes, disse à reportagem que o mamífero estava um pouco assustado e provavelmente estava à procura de alimento diante de todas as recentes queimadas que ocorreram em Alegrete. “Tentamos contato com a Polícia Ambiental e, como não conseguimos, naquele momento, falamos com a veterinária Dileusa Alves que orientou que poderíamos devolver o tamanduá-mirim à natureza, já que ele não apresentava nenhum ferimento e, assim foi feito” – comentou.

Já na madrugada de 27, uma outra cena inusitada foi constatada, porém, na rua Mariz e Barros. De acordo com o leitor que enviou o flagrante para o PAT, um tatu, passeava livremente próximo à Delegacia de Polícia. “Acredito que ele queira registrar uma ocorrência contra as queimadas” – brincou o jovem.

Ele acrescentou que o animal seguiu pela rua em direção a Avenida Eurípedes Brasil Milano.

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Tamanduá-mirim

O tamanduá-mirim ainda é um mamífero preservado na fauna brasileira. Uma espécie adulta mede cerca de 70 centímetros, a fêmea da espécie chega a pesar sete quilos e eles vivem cerca de nove anos.

O mamífero se alimenta, principalmente, de formigas, cupins e larvas. Para comer, o tamanduá normalmente utiliza as garras (quatro ao todo) para fazer buracos no cupinzeiro e, com a língua pegajosa, capturar os insetos, guiado sobretudo pelo olfato apurado, que compensa as fracas visão e audição.

Em razão de seus hábitos noturnos, tamanduás dificilmente são vistos durante o dia. É essencialmente solitário e só encontra um par na época do acasalamento.

Tatu

O Tatu  é um mamífero silvestre que vive em matas, tem hábitos noturnos e alimenta-se de pequenos animais, raízes, frutos, ovos e tubérculos. É uma das 10 espécies mais apreendidas pelo Ibama.

A saída de muitos animais do seu habitat não é um bom sinal. As queimadas e o desmatamento das matas próximas aos centros urbanos acabam provocando desequilíbrio ambiental, com isso, os animais silvestres invadem o perímetro urbano atrás de comida.

Todo animal luta pela sobrevivência, e a ausência de qualquer espécie no seu ambiente natural é a quebra de um elo importante na cadeia alimentar onde espécies mais importantes, disseminadoras de sementes, mantenedoras da floresta começam ser afetadas.

O que fazer ao visualizar um animal silvestre?


A primeira coisa é deixar ele quieto, não tentar capturar, não bater, não entrar em pânico. O passo seguinte é comunicar ao Corpo de Bombeiros, Guarda Municipal ou Patrulha Ambiental.

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