Radiografia da pandemia no RS sinaliza alerta máximo

Diagnóstico laboratorial de casos suspeitos do novo coronavírus (2019-nCoV), realizado pelo Laboratório de Vírus Respiratório e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), que atua como Centro de Referência Nacional em Vírus Respiratórios para o Ministério da Saúde

Na tarde de ontem(1°), a quinta etapa da pesquisa inédita que verifica a prevalência da Covid-19 na população gaúcha revelou que 53 mil pessoas têm anticorpos para o coronavírus, ou seja, já foram contaminadas.

Os dados oficiais da Secretaria Estadual da Saúde registravam, na manhã de quarta-feira (1º), 26,9 mil casos confirmados. Conforme o estudo, há um infectado a cada 214 pessoas. Na primeira etapa do levantamento, em abril, a projeção era de um infectado a cada 2 mil pessoas. O trabalho coordenado pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) indica que, para cada 1 milhão, há 4,6 mil infectados reais contra 2,2 mil casos notificados.

A pesquisa foi encomendada pelo governo do Estado e começou a ser aplicada em abril. Esta pesquisa da UFPel, vem demonstrar mais uma vez que o estudo realizado pelo alegretense Marco Dorneles Rego, matéria veiculada na tarde de ontem, pelo PAT, demonstra realmente esta preocupação. O aumento considerável de casos na região de Uruguaiana que compreende Alegrete.

Os resultados foram apresentados pelo governador Eduardo Leite e pelo epidemiologista da UFPel Fernando Barros. A partir das conclusões, Leite destacou a redução da subnotificação e voltou a pedir  a colaboração da população para manter o distanciamento social.  Sobre a impossibilidade de treinos de futebol coletivos no momento, ponderou: “Estamos pedindo só um pouco mais de paciência por algumas semanas”.

Com o crescimento da prevalência do vírus na população, a recomendação do estudo é para o aumento da testagem e da busca ativa, ou seja, o monitoramento das pessoas que sejam do círculo de relações dos contaminados.

Em relação ao item “distanciamento social”, o percentual de pessoas que declaram ficar em casa diariamente caiu: são 12,7% nesta etapa, abaixo dos 14,5% da fase anterior, realizada entre 22 e 24 de maio. Na primeira etapa, em abril, 21,1% ficavam em casa todos os dias.

O estudo apresentou os sintomas mais frequentes da Covid-19. Entre os sintomas relatados pelas pessoas que contraíram o vírus, tosse (45%), dor de garganta (35%), e alteração do olfato e paladar (30%) foram os mais comuns, seguidos de dificuldade para respirar (25%), febre (20%) e diarreia (10%).

Conforme o epidemiologista Barros, a letalidade é de 1,1% e, é considerada alta por ser bem maior do que a de outras epidemias de infecções respiratórias.

Sobre quando deverá ser o pico da doença no Estado, o reitor da UFPel disse que dependerá de como for o comportamento da população nos próximos dias.

Ainda segundo informações divulgadas ontem, se os gaúchos não respeitarem o distanciamento controlado e as regiões em bandeira vermelha não registrarem redução da velocidade de disseminação do coronavírus nas próximas semanas, não haverá como fugir de restrições mais severas, como uma bandeira preta ou até mesmo um lockdown, admitiu o governador Eduardo Leite. O reitor da UFPel e coordenador da maior pesquisa no mundo sobre prevalência da Covid-19, defendeu o fechamento total por 15 dias no Estado e no Brasil.

Nesta quinta(2), todas às regiões enviam os dados para que seja determinada a bandeira conforme casos positivos, óbitos e leitos. Alegrete, se manteve duas semanas consecutivas na laranja.

 

Com informações do Jornal do Comércio, Gaúcha/ZH e Portal Alegrete Tudo