Réu é condenado a mais de 20 anos de prisão por morte de fotógrafo em Canoas

Mulher também acusada pela morte de jovem de 23 anos não compareceu ao júri. José Gustavo Bertuol foi morto com 19 tiros, em julho de 2015. Sessão começou por volta das 10h30 desta terça-feira (4).

Réu pelo homicídio de um fotógrafo em 2015, Juliano Biron foi 20 anos e oito meses, nesta terça-feira (4), durante Tribunal do Júri, em Canoas. A vítima, José Gustavo Bertuol Gargioni, foi atraída até a praia de Paquetá, na cidade da Região Metropolitana de Porto Alegre, e morta com 19 tiros.

Juliano recebeu pena de 19 anos e seis meses por homicídio qualificado (meio cruel, motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima) e um ano e dois meses por ocultação de cadáver. A defesa dele informou que vai recorrer da decisão.

A sessão de julgamento durou quase 12 horas.

A segunda ré do caso, Paula Caroline Ferreira Rodrigues, também deveria ser julgada, mas não compareceu ao julgamento no fórum de Canoas. Foi determinada a cisão do processo e a acusada será julgada no dia 15 de abril. Paula responde pelos mesmos crimes imputados a Juliano.

A denúncia apresentada pelo Ministério Público sustenta que o crime teve motivação passional e ainda fala que houve premeditação.

O indiciamento da dupla aconteceu em novembro de 2015. Seis meses após o crime, ambos foram presos, em Balneário Camboriú, Santa Catarina. A acusada está em liberdade provisória desde outubro de 2018.

Durante interrogatório, o réu Juliano Biron disse que era inocente. “Não tenho nada a ver com isso. Minha vida virou um inferno”.

Segundo ele, a ré Paula Caroline, de quem era namorado, teria confessado o crime a ele. O relacionamento dos dois não era sério, disse Juliano durante interrogatório. “Eu estava correndo daquilo”, disse.

José Gustavo foi encontrado morto em Canoas em julho de 2015 — Foto: Reprodução/Facebook

José Gustavo foi encontrado morto em Canoas em julho de 2015 — Foto: Reprodução/Facebook

Crime planejado

No inquérito da Polícia Civil, estão mais de 300 horas de imagens, gravadas por 80 câmeras de segurança, que foram analisadas pelos investigadores. De acordo com o delegado do caso, Marco Antônio Guns, o crime foi planejado.

“A partir do momento que ele [Gustavo] é morto, Juliano e Paula, usando um Kia Soul, fogem pela BR-448, acessando a BR-290 e passando em frente à Arena do Grêmio. Juliano, entre suas expertises criminais, de fuga de roubo a bancos, realiza duas manobras que ele entendeu que ia enganar a polícia, mas não enganou”, explicou Guns.

A polícia conseguiu acompanhar todo o trajeto feito pelo casal. Segundo o delegado, Gustavo entrou no carro em que Paula Caroline lhe esperava para um encontro, sem saber que Juliano estava no banco de trás do veículo, armado.

O casal levou Gustavo até a prainha de Paquetá, em Canoas, na Região Metropolitana, onde o fotógrafo ainda entrou em luta corporal com o homem e a mulher, mas acabou agredido e atingido por 19 tiros.

“Foi totalmente premeditado, foi feito uma emboscada, uma simulação, e [o crime] foi praticado tão somente pelos dois”, reitera o delegado.

Segundo a polícia, os dois já tinham antecedentes. Juliano por roubo e formação de quadrilha, com participação dela. Já Paula Caroline, quando ainda era menor de idade, foi apreendida por uma tentativa de homicídio.

“O motivo da morte foi que havia uma pessoa, o coautor do crime, que não aceitou o contato que ela (sua companheira) realizou com o Gustavo. Havia um relacionamento anterior, bastante conhecido e que, no momento que o autor descobre esse contato, essa amizade, ele não aceita”, disse, à época.]

Fonte: G1