Seis meses depois, a pergunta continua sem resposta: quem matou Dienifer?

Neste dia 10 de novembro, passaram-se seis meses da fatídica manhã de maio em que um pai chegou ao apartamento da filha, depois de algumas mensagens que supostamente ela teria enviado na madrugada, e se deparou com a jovem morta, com os pés no chão, supostamente enforcada.

Seis meses depois, a pergunta continua sem resposta: quem matou Dienifer?
Seis meses depois, a pergunta continua sem resposta: quem matou Dienifer?


Dienifer Aranguiz Gonçalves estava grávida de seis meses de uma menina. A morte da mãe e da filha, ainda no ventre, deixaram inúmeros questionamentos. Afinal, o que teria acontecido, de fato, naquela trágica madrugada?


As investigações policiais iniciaram logo ao amanhecer, mas até a presente data não foi dada nenhuma resposta à família da jovem do que realmente aconteceu com a menina que até aquela triste noite se mostrava radiante com a gestação. Afinal, qual a razão para tanto tempo se obter o resultado do inquérito?

Jovem é assaltado por 9 homens na Doutor Lauro


Para se compreender a situação é necessário rememorar alguns fatos, como o de que Adelino Lopes Gonçalves, pai de Dienifer, foi o primeiro a encontra-la sem vida. Ele despertou naquela manhã e ao ver as mensagens em seu celular, deparou-se com mensagens que supostamente teriam sido enviadas pela filha, mas tais mensagens não possuíam a forma como a filha o escrevia. Ao procurar a reportagem, Adelino declarou: “minha vida acabou. É um sofrimento sem fim, eu desmaiei e não tive forças ao me deparar com a minha filha de joelhos com uma corda no pescoço, sem vida. Eu a perdi e perdi minha neta – não há como mensurar essa dor que é ainda maior por todas as interrogações que existem sobre o caso”- completou.


O pai encontrou a filha amarrada por uma corda que estava atada na grade externa da janela e possuía nós profissionais, incomuns e que sua filha jamais poderia ter amarrado, dada a forma como foram feitos, o que o deixou em dúvida sobre a autoria dos nós. O questionamento desse pai, que não consegue falar sem se emocionar, é devido ao inquérito que ainda não foi concluído. Portanto, não há definição e causa da morte da filha. Houve uma declaração no dia, que ela teria ingerido medicamentos, essa informação de acordo com Adelino, seria do companheiro da filha que é militar (pelo menos em maio era), contudo, conforme detalhes passados pelo IML da capital do Estado, exames apontaram que ela teria feito uso apenas de uma aspirina.

Postagem insinuando possível rapto de crianças viralizou na noite de ontem; Delegado esclarece


Sabe-se, por informação de vizinhas, que na mesma noite, por volta de 23 horas, a jovem se mostrava desesperada em seu apartamento gritando e pedindo socorro, o que levou a chamarem a Brigada Militar. A BM compareceu no local, mas a mesma estava fechada no banheiro e disse que estava tudo bem. Os policiais, então, retornaram para a viatura.

Adolescente é baleada por engano em Alegrete


Porém, narra o pai: “acordei por volta das 5h e olhei meu celular. Havia mensagens, que recebi do telefone dela, com conteúdo contraditório ao que eu tinha presenciado um dia antes. Minha filha feliz, falando da gravidez e fazendo planos. Mas o texto não tinha nada a ver com o que ela falava comigo, inclusive com histórias incompatíveis com a forma dela falar sobre sua intimidade. Tentei ligar para ela, mas o telefone estava desligado. Então, imediatamente fui até o apartamento em que ela residia com o companheiro.


Cheguei por volta das 5h45min, demorei um pouco para conseguir arrombar a porta e me deparei com ela daquele jeito. Ela estava com a corda amarrada na janela em uma altura que ficou de joelhos e um nó, que jamais minha filha iria fazer. Ela não tinha conhecimento. Além do que, vizinhos disseram que ouviram discussão durante a madrugada e o apartamento estava todo revirado, tudo quebrado.

Depois, quando a polícia localizou o companheiro, ele que estava em um hotel, confessou que tinha enviado as mensagens, pois estava de posse do celular dela. Ambos aparelhos foram apreendidos no dia” – recorda.
Adelino descreve que aquela manhã o mundo desabou sobre ele e a vida tem sido uma constante angústia por toda essa incerteza. Ele acredita que a filha não iria cometer nada contra si, grávida e feliz como estava. Mesmo assim, vive à espera que o aterroriza para saber o que realmente aconteceu naquela trágica madrugada em que ele perdeu a filha de 18 anos gestante de seis meses.


O relacionamento da filha com o militar era de cerca de 8 meses. Ele foi ouvido, reconheceu que foi ele quem enviou as mensagens na madrugada se passando pela companheira (vítima), mas mesmo assim foi liberado, sendo avaliado o caso como suicídio, embora as autoridades não descartarem nenhuma outra possibilidade. Por esse motivo, o Delegado que então respondia pela Delegacia local fez a solicitação de laudos relativos à morte da jovem.
A reportagem entrou em contato com a Delegada Titular da 1ª DP e foi informada que alguns laudos ainda estão sendo concluídos.

Homem invade casa para acariciar a mulher do vizinho enquanto ela dormia


Questionando o advogado da família, Paulo Vaucher Bandeira, obtivemos um depoimento sobre aspectos que ainda geram dúvidas. Ele observou que a Polícia tem agido com muita dedicação neste caso e sobre alguns apontamentos feitos pelo pai de Dienifer, observou que ficaram muitas dúvidas para serem elucidadas, como o fato da jovem não ter ficado pendurada, o que conduz a uma interpretação análoga ao caso Herzog, jornalista morto nos porões da ditadura com características que tornam impossível alguém se suicidar por enforcamento com os pés no chão. Além disso, observou que a corda tinha nós feitos por alguém com conhecimento para tal e normalmente utilizado por militares ou marinheiros.


O Advogado observou que já manteve contato com a Delegada e que confia que todos os arrazoados apresentados serão levados em consideração. “A Polícia Judiciária age com cautela e os laudos feitos evidenciam clareza na tese de que a mesma não se suicidou. Cabe agora à Autoridade apresentar, com precisão, uma respostas às inúmeras perguntas sobre como pôde ocorrer um suicídio, com tão estranhas e improváveis caracterizações.

Se inscrever
Notificar de
guest

0 Comentários
Comentários em linha
Exibir todos os comentários