Sequelas pós- Covid atingem centenas de alegretenses

No início da pandemia, os sintomas pulmonares causados pela covid-19 eram os principais focos de preocupação da doença.

Mas passados mais de dois anos desde a chegada do novo coronavírus ao Brasil, a ciência já determinou que os danos vão muito além disso: o Sars-CoV-2 causa uma doença sistêmica que pode afetar diferentes áreas do corpo simultaneamente.

Em Alegrete, a demanda dos pacientes pós Covid que passam pelo CEMA e são encaminhados ao serviço de reabilitação no Complexo Alexandre Lisboa ainda se mantém bem expressiva. Estamos numa período muito positivo em relação a novos casos e também de pacientes com sintomas mais graves, atualmente, apenas 65 pessoas estão com o vírus ativo no Município.

Até o momento foram registrados 325 óbitos por Covid-19 e realizados 54.035 testes, sendo 35.113 negativos, 18.922 positivos. O mês mais letal do vírus em Alegrete foi em março de 2021, com o colapso nos leitos e um número de 92 óbitos em 31 dias com três mil positivados. Neste ano, pós festas de final de ano, ocorreu uma nova onda, contudo, diante da vacinação, apesar de 6 mil pessoas infectadas, não houve nenhum colapso nos leitos.

Homem acusa comerciante de persegui-lo com arma em punho

O Município está com 91% da população imunizada, sendo que 82% com as duas doses e 70% da população com a dose de reforço.

Mesmo assim, o Ambulatório de Reabilitação Pulmonar tem uma equipe multidisciplinar que atua de forma incansável desde o início da pandemia e ainda tem cerca de 200 pacientes, muitos com mais de seis meses pós Covid, diante das sequelas.

Passada a fase inicial do ciclo do vírus, alguns sintomas permanecem para determinados pacientes, sobretudo os neuropsiquiátricos, apontam alguns especialistas.

A solidariedade tem pressa: alegretense necessita de cirurgia com urgência

Entre eles, uma fadiga crônica, acompanhada de raciocínio lento, falhas na memória e sensação de incapacidade de mover o corpo por cansaço extremo tem sido um dos males que acompanha os acometidos pela doença – e parece ser ainda mais frequente com a onda causada pela variante ômicron.

Entre os casos de tratamentos mais prolongados, conforme Silvana Magalhães, que coordena o serviço na Rede Pública de Saúde, as queixas de cansaço, dores, tosse seca e fraqueza muscular são mais frequentes.

Ela exemplificou com cinco casos. O primeiro de uma paciente de 61 anos que foi hospitalizada e teve que fazer uso de O² por cinco dias. Desde março, do ano passado, a idosa faz uso do serviço e ainda tem dor no tórax, tosse seca e cansaço.

Brigada Militar não pede contribuição por telefone ao comércio, diz nota da instituição

Na sequência, falou sobre um paciente de 32 anos, do sexo masculino, passou por três intubações, o homem tem muitas sequelas, mas algumas são: cansaço, diminuição da força nos membros inferiores e superiores, diminuição na amplitude dos movimentos entre outros.

O próximo caso, também de um homem de 46 anos, ele passou 27 dias internado em Porto Alegre e precisou fazer uso de ventilação mecânica, até então, não se recuperou do cansaço e da fraqueza muscular. Já o paciente de 36 anos, também , do sexo masculino, teve uma hospitalização de cerca de 10 dias, mas neste período fez uso de O², VNI, O² por máscara hudson, VM e intubação.

Desde então, trava a luta com as sequelas pós covid com as queixas mais recorrentes como cansaço e perda da força muscular.

Para encerrar, uma paciente de 56 anos que ficou oito dias intubada e também faz queixa dos mesmos sintomas, entre outros.

Mulher é agredida e asfixiada pelo companheiro

Todos os pacientes que foram citados, se contaminaram no ano passado e, a maioria está em tratamento há no mínimo seis meses.

De acordo com os especialistas, para uma parcela de pacientes, o sintoma de falta de energia pode durar de seis meses até um ano e ainda não se sabe como os danos causados pela doença vão repercutir em longo prazo.

“As pessoas não devem se sentir culpadas pelos seus sintomas e precisam saber que não são as únicas a passarem por isso. Existe certa vergonha em admitir um sintoma como cansaço, as pessoas querem demonstrar que estão bem. Mas tudo bem não estar bem. Tenham calma e busquem ajuda”, recomendam os médicos.

Outros sintomas comuns da covid

Além do cansaço extremo, os médicos explicam que os sintomas abaixo também podem indicar que alguém está sofrendo de “covid longa”:

Insônia

Tontura

Alterações no olfato e paladar

Alterações de humor

Depressão e ansiedade

Insônia

Dores musculares e nas articulações

Tosse residual

Esquecimento

Sensação de “corpo mole”.

Se inscrever
Notificar de
guest

0 Comentários
Comentários em linha
Exibir todos os comentários