Socorrista entrega medalha para ser enterrada com menino de seis anos morto em acidente

Lorenzo Geraldi tinha o sonho de ser bombeiro; ele foi vítima de colisão em Soledade.

acidente que vitimou seis pessoas da mesma família na BR-386, em Soledade, também comoveu a equipe de bombeiros que atendeu a ocorrência. Um dos socorristas Patrick Dipp da Silva, 32 anos, descobriu que o menino de seis anos que morreu, Lorenzo Geraldi, tinha o sonho de ser bombeiro.

Em um encontro com o tio do menino, Jackson Amaral Erohin, 42 anos, entregou a medalha que recebeu quando se formou no curso da profissão para que seja enterrada junto com Lorenzo.

— Ele (Jackson Amaral Erohin) disse que queria me ver, que estava em Soledade e queria me dar um abraço. Então tive a ideia de dar a ele uma medalha que tenho, que ganhei como homenagem quando me formei no curso de Bombeiros. Disse que era para ficar com o Lorenzo. Era uma lembrança da formatura, e agora é uma última homenagem a ele.

Erohin descobriu que Silva atendeu a ocorrência que vitimou seis pessoas de sua família através de uma postagem em uma rede social. Após o acidente, o bombeiro escreveu sobre o fato. Ele afirma que costuma escrever sobre os acidentes que atende, porque lida melhor com a rotina dessa forma.

A publicação teve mais de 10 mil curtidas e cerca de 600 comentários. Entre tantas mensagens, uma em especial: a da diretora da creche em que Lorenzo estudava. A gestora contou que o menino queria seguir a mesma profissão de Silva quando crescesse.

— Ela me disse que ele falava muito disso, citava muitas vezes durante as aulas — diz o socorrista.

Depois disso, recebeu mensagem de Erohin. Então, se encontraram em Soledade.

Silva conta que Lorenzo ainda apresentava sinais vitais no momento do resgate e chegou a ser encaminhado ao hospital, mas não resistiu.

— Parecia que ele estava dormindo, descansando — lembra.

Em seu post, ele descreveu o sentimento:

“Desde que Deus me abençoou com a maior benção que um homem pode receber, essas ocorrências me machucam demasiadamente. Pensar no meu pequeno VHS (apelido do filho de 4 anos, Vitor Hugo) enquanto atendo é inevitável. (…) Dói, dilacera.”

O tio do menino, Erohin, conta que aproveitou o encontro para agradecer.

— São pessoas incríveis, que todos os dias salvam vidas, que merecem nossas orações.

Fonte: Gaúcha/ZH