Taxa de ocupação de leitos de UTIs chega a 96% em Porto Alegre

Secretaria Municipal da Saúde informou que 382 pessoas estavam em leitos críticos até às 15h, desta terça (23). De manhã, a taxa de ocupação estava em 97,35%.

A taxa geral de ocupação das UTIs é de 96,27%, em Porto Alegre, até às 15h desta terça-feira (23). Durante a manhã, a Capital chegou a ter 97,35% dos leitos ocupados.

Nesta terça foi registrado o maior número de internações de pacientes com Covid-19 em UTIs desde o início da pandemia, em Porto Alegre. A informação foi confirmada pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS), que contabilizou 382 pessoas em leitos críticos.

Ainda conforme o painel de controle da SMS, que monitora a situação de 17 hospitais da Capital, 46 pessoas com coronavírus estão em emergências aguardando por vagas em UTIs.

Além dos casos confirmados, há 49 pacientes com suspeita de Covid-19 em UTIs. Na soma com internados por outras doenças, Porto Alegre totaliza 774 pessoas em 836 leitos, sendo que 32 deles estão bloqueados.

Os dados da prefeitura diferem do controle da Secretaria Estadual da Saúde (SES), que contabiliza a ocupação de 21 hospitais de Porto Alegre, quatro a mais que o monitoramento da SMS. Segundo o governo estadual, até às 15h, Porto Alegre tinha 789 pacientes em 878 leitos de UTI, totalizando 89,9% de ocupação.

A prefeitura de Porto Alegre prevê a ampliação da capacidade de atendimento para os próximos dias. Em entrevista ao Jornal do Almoço, da RBS TV, nesta terça, o prefeito Sebastião Melo citou a possibilidade de abrir 10 leitos de UTI no Hospital Beneficência Portuguesa.

“Nós estamos fazendo a redação final, para decretar a requisição do Hospital Beneficência Portuguesa. E eles já estão autorizados a contratar pessoas para começar a operar na quinta-feira”, afirmou.

 

Entre outras medidas, Melo sugeriu a abertura do 6º andar do Hospital de Clínicas e do antigo Hospital Álvaro Alvim.

Impacto em outras unidades

 

Além da ocupação das UTIs, outro problema enfrentado em Porto Alegre no atendimento de pacientes nas unidades de pronto-atendimento. Na manhã desta terça, três das quatro UPAs da cidade estavam operando com mais de 300% da capacidade.

O vendedor Jarbas Gonçalves não conseguiu atendimento para o pai, de 79 anos, que apresentou os sintomas de tosse e tontura durante o final de semana.

“Eu queria que alguém medicasse ele, pelo menos. Nem no posto local, nem na UPA”, lamentou.

 

O diretor-presidente do Grupo Hospitalar Conceição, Cláudio Oliveira, afirma que a rede de atendimento chegou ao limite. A instituição administra três hospitais e uma UPA em Porto Alegre, além de postos de saúde em bairros da Capital.

“Nós chegamos no nosso limite, como nunca tivemos durante essa pandemia. Não conseguimos dar conta dos pacientes que estão lá, em observação, e receber mais demanda”, explicou.

 

Leito de UTI no Hospital de Clínicas de Porto Alegre — Foto: HCPA/Divulgação

Leito de UTI no Hospital de Clínicas de Porto Alegre — Foto: HCPA/Divulgação

Fonte: G1