Técnicos da Unipampa inventam máquina de resfriar metais

A pesquisa na área de criogenia na Unipampa começou durante a dissertação de mestrado do professor Eng. Mec Dieison Fantineli, sob orientação do prof Dr. Marco Antônio Durlo Tier. Na época, as amostras foram tratadas em uma empresa na cidade de Brasília. Este ano o mestrando Cleber Parcienello, que também está na mesma linha de pesquisa, precisou fazer o tratamento nas amostras dele.
Maquina de metal Unipampa
Ao se deparar com o valor cobrado, por iniciativa do próprio Cleber, e por não terem os recursos para tratar as amostras fora, decidiram fazer a máquina no laboratório da UNIPAMPA.
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Foi comprado o controlador, o sensor de temperatura e a válvula de controle de entrada de nitrogênio.  O restante dos materiais foram adquiridos em sucatas e utilizado o que tinham no laboratório, esclarece o professor Fantineli.
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As amostras que foram tratadas em testes na semana passada, consumiram 58 litros de nitrogênio ao custo de R$6,00 o litro = R$348,00, sendo que os primeiros ensaios nas amostras já indicam que o tratamento foi bem sucedido.

 

Para se ter um comparativo, uma das únicas empresas no Brasil (provavelmente a única) que faz este tratamento comercialmente cobra, para tratar as mesmas amostras, R$4.000,00

-Podemos considerar que a máquina atingiu plenamente o objetivo, que foi de controlar o resfriamento das amostras a uma taxa de 0,5°C por minuto com um baixíssimo consumo de nitrogênio, graças ao isolamento a vácuo e com poliestileno- comenta o engenheiro.
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TRATAMENTO 
O tratamento térmico de um aço consiste na mudança de suas propriedades (dureza, tenacidade, resistência ao desgaste etc) através da mudança da sua microestrutura (átomos), sem mudar a sua composição química.
Um dos tratamentos térmicos mais conhecidos e utilizados ainda hoje é a têmpera (o aquecimento até determinada temperatura e o posterior resfriamento brusco). Acredita-se que a têmpera foi descoberta pelos egípcios por volta de 900 a. C.
Até algumas décadas atrás tratamentos térmicos tinha como referência o aquecimento de materiais, contudo alguns  fenômenos  com  materiais  submetidos  a  baixa
temperatura  começaram  a  chamar  a  atenção  dos  pesquisadores.
Os  relojoeiros suíços,  famosos  pela  qualidade  de  suas  criações,  submetiam  os  delicados elementos mecânicos às baixas temperaturas dos Alpes durante longos períodos de tempo  para  melhorar  a  qualidade  das  peças. Os  engenheiros  da NASA começaram a notar que as peças  metálicas das aeronaves,  ao  retornarem  do  espaço,  um ambiente que apresenta temperaturas muito baixas, voltavam mais resistentes do que antes de terem voado.
No inicio das pesquisas, mergulhava-se os materiais diretos em nitrogênio líquido (-196°C), notou-se que em alguns casos, as amostras quebravam logo em seguida, mas em outros apresentavam uma resistência ao desgaste muito superior. Surgiram então os computadores e a possibilidade do controle preciso do resfriamento a fim de se evitar o choque térmico e a consequente fragilização.
O tratamento criogênico (DCT – Deep Cryogenic Treatment), aplicado aos aços consegue aumentar a dureza, a resistência ao desgaste e a tenacidade.
Participaram do projeto da máquina:
Eng. Mec Dieison Fantineli
Eng. Mec. Cleber Parcianello
Prof. Dr. Marco Tier
Aluno de Eng. Mec. Lucas Dias
Eng. Eletrecista Raul Ledur
Tec. Eletrotécnica Cleiton Lucatel