Tiago, o taxista vítima de latrocínio foi homenageado por familiares e amigos

“Deus criou a amizade porque ele sabia que, quando o amor machucasse, ela seria a cura. Não são as coisas bonitas que marcam nossas vidas, mas sim as pessoas que têm o dom de jamais serem esquecidas! Bons amigos são como estrelas: nem sempre podemos ver, mas temos certeza que estão sempre lá.”

A primeira frase resume todo carinho e amor demonstrados em mais uma homenagem ao taxista que foi vítima de uma emboscada no dia 4 de novembro de 2018. Tiago Martins foi alvo de criminosos em um latrocínio. O trabalhador foi baleado e depois de alguns dias lutando pela vida não resistiu às complicações.

A cena, em frente ao Cemitério, na tarde de domingo(10), remeteu todos para a grande despedida, há um ano. As lágrimas, os abraços foram conforto, assim como o ronco dos motores e os pneus cantando em reverência ao Queridão.

A homenagem iniciou na Estação Ferroviária. Um encontro entre os amigos do Clube do Chevette Alegrete, amigos do #eternoTiago e familiares. Rodrigo Dutra Rodrigues, responsável pelo clube e um dos idealizadores, ressaltou que é impossível não lembrá-lo em tudo que o grupo vai fazer, pois Tiago era muito atuante e apaixonado por Chevette. Rodrigo há um ano cuida com o mesmo carinho do Chevette que o taxista era apaixonado. “ele era mais que um amigo, um irmão de alma”.

Uma das amigas que fez uma tatuagem em homenagem a Tiago lembrou que em todas as junções, o nome dele sempre surge.

Muito emocionada, Ledi Castro, mãe do taxista, não segurou as lágrimas. Ela disse que tudo parece um sonho ruim, o período mais difícil que está passando. A dona de casa acrescenta que o filho era um homem do bem, trabalhador, apaixonado pela vida e que sempre valorizou as amizades, exemplo disso é todo carinho que é demonstrado até hoje. Deixamos de ser conhecidos, somos uma família.  Por tudo que meu filho construiu, hoje estamos unidos. – completou. O alento é saber que os autores estão presos. Que a Justiça seja feita em sua totalidade.- disse.

Ela também disse que o filho mais novo não a deixou tirar as roupas e pertences do filho do quarto. “Ele disse que vai crescer e vai cuidar do que era do Tiago. Minha mãe que também era avó e mãe dele, faleceu há alguns dias e não soube que ele não estava mais entre nós. Ficamos com receio pela saúde à época. Tiago soube retribuir todo amor e dedicação que ela teve por ele.” – citou. A irmã, Raquel Castro, chorando, lembrou do quanto ele era protetor.

Todos que foram ouvidos pela reportagem o definiram como um homem batalhador que estava sempre alegre. Bricalhão, Tiago tinha o apelido de Queridão, pois quem o conhecia o admirava como ser humano. Ele deixou uma lacuna muito grande além de um legado de amizade. Naquela madrugada, Tiago estava se despedindo do táxi e iria trabalhar em um caminhão. Mas os criminosos não permitiram que ele colocasse em prática mais um sonho que iria ser concretizado. Ceifaram a vida de um trabalhador que tinha na alma a leveza de viver a vida como se fosse o último dia, pois por onde passava plantava a amizade, carinho, respeito e amor.

Relembre:

O crime:

A “passageira”,  chegou no ponto da rodoviária no dia 4 de novembro e solicitou uma corrida até o bairro Vila Nova. O endereço seria perto do IRMA. Pouco tempo depois, os colegas receberam a informação de que o taxista estava ferido na UPA, relatou uma das testemunhas.

Tudo indica que ao chegar no destino, ou antes, uma outra pessoa tenha entrado no veículo. A vítima foi alvejada com um tiro na boca. O taxista conseguiu dirigir até a frente da casa do irmão na rua Carlos Gomes e, ao chegar no endereço, começou a buzinar. A cunhada saiu na frente, percebeu que ele estava ferido e pediu para o vizinho o conduzi- lo até o hospital. O relato do amigo, que o levou à UPA, foi de que o taxista não conseguia falar e estava perdendo muito sangue.

Tiago ficou internado 9 dias em estado grave na UTI da Santa Casa. Ele não resistiu às complicações do quadro.

Prisões:

Na segunda(5), a passageira de 32 anos se apresentou na Delegacia e durante à tarde foi decretada a prisão temporária pela Justiça de Alegrete. Ele foi presa pelos Policiais Civis. A suspeita em depoimento apontou os demais indivíduos que teriam participados do latrocínio.

Na terça(6), o menor que confessou ser o autor do disparo, foi apreendido e dois irmãos de 22 e 19 anos foram presos, preventivamente no bairro Vila Nova, pela Polícia Civil

No dia 30, amigos e familiares realizaram uma passeata pedindo justiça para que os acusados não fossem colocados em liberdade após o término do prazo da prisão temporária em que se encontravam.

A família e amigos fizeram tatuagem em homenagem ao taxista.

Flaviane Antolini Favero