UPA bateu recorde: 361 pacientes num dia; a capacidade da unidade é para 150

Nos últimos dias, inúmeras vezes, o PAT foi procurado por pessoas que buscaram atendimento na Unidade de Pronto Atendimento - UPA e ficaram por horas aguardando atendimento, algumas, questionaram o motivo de não ter um profissional para atender por ordem de chegada, entre vários outras ponderações.

O PAT, já realizou outras abordagens falando sobre o assunto, entretanto, parece que ainda está distante do entendimento de como realmente deve ser.

Diante do exposto, uma entrevista com o médico responsável técnico pela área médica, Jocelmo Jacques, traz, novamente, esclarecimentos muito relevantes.

Para início, o médico esclarece que a UPA é uma unidade de urgência e emergência para serviços de média a alta complexidade, um meio-termo entre centro de saúde e hospitais, com mais recursos do que um posto de saúde. A gravidade do risco, e não a ordem de chegada, determina a rapidez com que o paciente será atendido. Sendo assim, os casos de urgência são situação que requer assistência rápida, no menor tempo possível, a fim de evitar complicações e sofrimento. Emergência é quando há ameaça iminente à vida, sofrimento intenso ou risco de lesão permanente, havendo necessidade de tratamento médico imediato.

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Por esse motivo, o significado da triagem.

A triagem, um ponto fundamental, se faz necessária para que os casos mais graves sejam atendidos com a devida prioridade. A grande maioria das pessoas fica descontente com a classificação. Mas é necessário compreender o Grupo de Risco.

A cor azul, são casos leves, a espera justifica-se  pelo número de pacientes que chegam na sequência  nas categorias verde, amarela e vermelha que são graduações mais severas, como o vermelho que se enquadra nos casos de emergência. O atendimento é feito de acordo com a triagem e, em média a cada três minutos chega um paciente.

A cultura das pessoas de procurarem a Unidade de Pronto Atendimento, para saírem medicadas, com exames entre outros detalhes, faz com que, mesmo diante do número expressivo de ESF(Estratégias de Saúde da Família), os pacientes se direcionem sempre para o local onde deveriam ser tratados, apenas, casos de urgência e emergência.

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Os profissionais

Humanamente e também em relação à estrutura física, se torna quase impossível atender a demanda dos últimos dias com um período inferior ao que vem sendo realizado. Com a capacidade de 150 atendimentos dia, a Unidade de Pronto Atendimento, chega ao pico de 361 consultas, sendo 257 atendimentos únicos e mais 104 pacientes que retornaram ao consultório, esse exemplo é do dia 10 de maio e os demais não estão muito diferentes. Em 12 dias, somente com a 1ª consulta, os profissionais de saúde atenderam 2.482 pacientes, de todas as idades. Neste mesmo período, foram realizados 333 exames de sangue; 441 exames de imagem; 125 ECG(Eletro); 3.383 medicações aplicadas; 113 pacientes em observação; 63 pacientes foram encaminhados para internação; 170 saídas de ambulância entre exames, hemodiálise, internação e apoio ao Samu.

Todas essas expressivas demandas, foram atendidas pelos profissionais que diuturnamente estão atendendo na UPA, sendo dois médicos por turno, quatro técnicos de enfermagem, dois enfermeiros, um motorista e dois recepcionistas.

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“Essa medida de que o atendimento deve ser feito conforme classificação, não é uma realidade apenas de Alegrete, isso é chamado de protocolo de Manchester para triar os pacientes de forma eficaz, usado de forma mundial”- acrescenta.

O médico explicou ainda, que além do atendimento realizado nos consultórios, há toda a emergência e urgência que chega através das ambulâncias e carros particulares, os pacientes que estão em observação e, por vezes, necessitam de algum atendimento em razão de piora no quadro clínico, os pacientes psiquiátricos, os presos levados pela Brigada Militar, PRF, Polícia Civil, CRBM e Susepe.

Todos são casos que precisam ser atendidos pelos dois profissionais que atendem no local e, muitas vezes dependendo da gravidade em que se encontram os pacientes que estão na observação ou pelas emergências que chegam, um dos médico quase não consegue chegar no consultório.

Embora esteja ocorrendo uma tratativa para que um terceiro médico possa atender na UPA, em termos de estrutura física, a Unidade não comporta mais profissionais, pois há apenas dois consultórios, além da área Covid que foi adequada para atender os pacientes, inclusive com leito e respirador. Também, não deixando de mencionar as pessoas que vão a óbito em casa e há necessidade de atestado de óbito – destacou.

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Dr Jacques foi muito incisivo em deixar claro que ninguém vai deixar de ser atendido, entretanto, as pessoas muitas vezes precisam ter paciência e compreensão de como funciona a classificação.

Para melhorar o atendimento, ele citou que as assistentes sociais realizam junto à equipe um atendimento buscando a compreensão de cada caso, muitas vezes direcionando para as suas ESFs.

Alguns exemplos de quando procurar uma UPA, pressão alta, dor no peito, infarto, derrame, sangramentos, dificuldades de respirar, febres, fraturas, acidentes entre outros.

Já as Estratégias de Saúde da Família: troca de receitas, curativos, dor de garganta, gripes, resfriados, consultas, entre outros.

Em uma entrevista com algumas pessoas que estavam na UPA, O PAT apurou que, a maioria que aguardava estava esperando por atendimento em razão de resfriados, dores de garganta e vômito.

Das sete pessoas que falaram, cinco destacaram que não conseguiram atendimento em suas ESFs, sendo da Avenida Rondon, Macedo, Vila Inês e Capão do Angico. Uma das pacientes, falou que nem procurou a ESF, referindo-se ao bairro Macedo, pois sempre que precisou, nunca conseguiu ficha ou teria que ir de madrugada para a fila, o que se torna complicado diante de outras dificuldades.

Entre os relatos dos pacientes para os médicos e demais profissionais, a falta de médicos e fichas são recorrentes em relação a procura por atendimento nas ESFs.

Em contato com a Secretária de Saúde, Haracelli Fontoura, ela pontua que a Secretaria supriu a saída de quatro médicos, contratando dois para 20h e outro que está chegando, através do Ministério da Saúde, para atuar 40h.

Ela argumenta que os atendimentos estão acontecendo em todas as ESFs. Além do Projeto de Lei que está na Câmara para contratação de cinco médicos.

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