UPA volta para a sede e o atendimento extrapola outra vez

Há pouco mais de um mês com o atendimento no seu prédio, depois de cinco meses fechada devido a estragos da enchente de fevereiro, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Alegrete, mais uma vez, enfrenta um número de atendimento muito acima de sua capacidade.

Com uma demanda superior do que foi inicialmente projetada, a unidade atende em média mais de 200 pacientes por dia. Este número conta, apenas, o primeiro atendimento durante às 24h, descartando os que são atendidos até três vezes, no mesmo dia. Porém, a média diária foi planejada para 150 consultas.

Conforme informações, os atendimentos em uma semana foram de 1.244. O horário de maior número de consultas foi a partir das 10h30. Destes sete dias 12,06% com idade entre 1 e 5 anos o que resultou numa classificação de: 0,09% emergência; 7,01% muito urgente; 22,58% urgente; 61,16% pouco urgente; 2,94% não urgente e 6,23 branco.

Conforme Doutor Omar Abdallah, diretor médico da Unidade, na segunda(8), o número de pessoas extrapolou todos os índices. Ele pondera que conversando com outros médicos, das ESFs foi informado que em alguns sobraram fichas. Ele explica que somando todas as demandas que não são emergências e muito urgente chega a 70%. Isto denota o quanto a população, na maioria das vezes, pode ter o atendimento na sua ESF, pois casos que são resfriados, dor de garganta entre outros sintomas, não característicos no que é o alvo da UPA o que provoca a superlotação e o descontentamento das pessoas que ficam por um período mais prolongado esperando. O médico, ainda, explica que no horário entre 11h e 13h são os mais propensos para cortes, fraturas entre outros atendimentos graves em que um dos três médicos precisa parar de atender os que estão aguardando para priorizar a urgência ou emergência. Neste caso, a população na sua maioria não compreende e acaba questionando uma demora que poderia ser evitada se a consulta fosse direcionada para uma ESF(Estratégia da Saúde da Família).

Mesmo com a temperatura baixa, dos últimos dias, a demanda na sua maioria são quadros gripais,  como tosse, coriza, espirros, febre baixa , mialgias e prostração. Em segundo lugar, são dores osteomusculares, problemas de coluna e joelhos.

A cultura das pessoas de procurarem a Unidade de Pronto Atendimento, para saírem medicadas, com exames entre outros detalhes, faz com que, mesmo diante do número expressivo de ESF(Estratégias de Saúde da Família), os pacientes se direcionem sempre para o local onde deveriam ser tratados, apenas, casos de urgência e emergência.

A triagem, um ponto fundamental, se faz necessária para que os casos mais graves sejam atendidos com a devida prioridade. A grande maioria das pessoas fica descontente com a classificação. Mas é necessário compreender o Grupo de Risco. A cor azul, são casos leves, a espera justifica-se  pelo número de pacientes que chegam na sequência  nas categorias verde, amarela e vermelha que são graduações mais severas, como o vermelho que se enquadra nos casos de emergência. O atendimento é feito de acordo com a triagem e, em média a cada três minutos chega um paciente.

UPA – UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO

Funciona 24 horas por dia, sete dias por semana e poder resolver grande parte das urgências e emergências, como pressão e febre alta, fraturas, cortes, infarto e derrame. Com isso, ajudam a diminuir as filas nos prontos-socorros dos hospitais. As UPAs fazem parte da Política Nacional de Urgência e Emergência, lançada pelo Ministério da Saúde em 2003, que estrutura e organiza a rede de urgência e emergência no país, com o objetivo de integrar a atenção às urgências.

Flaviane Antolini Favero