Venda da CORSAN polarizou debates na sessão da Câmara de Vereadores

Na sessão ordinária desta quinta-feira da Câmara Municipal de Alegrete,  trabalho apresentado pelo vereador Anilton Oliveira/PT   com moção de repúdio ao Governador do Estado, com cópia ao presidente da Assembleia Legislativa, deputado Gabriel Souza, pela ideia de privatizar a CORSAN,  foi aprovada pela Casa  sem antes ser amplamente discutida no período da ordem do dia. O autor da matéria justificou que a CORSAN  é empresa eficiente e lucrativa. Tem capital 100 por cento público e  está presente  em  mais de 300 municípios gaúchos  com uma rede de mais de 6 milhões de consumidores. Se ocorrer a privatização, Anilton disse que os municípios de menor porte e a população mais pobre serão os grandes prejudicados, privilegiando setores  que têm mais lucros. Acentuou o vereador que a moção  também é no sentido de que os deputados  estaduais  não alterem a constituição estadual e que a população seja consultada.

Já o vereador Itamar Rodriguez/Progressistas rebateu  admitindo que a CORSAN  é lucrativa, mas não é eficiente, “ela não consegue entregar serviços”, frizou. Que hoje atende 346 municípios gaúchos, acumula passivos trabalhistas e  se depara com  altos salários. Citou o exemplo de São Gabriel que municipalizou o serviço e está indo bem.
O vereador Vagner Fan, líder da bancada do MDB, opinou que não é a favor da privatização porque a água tem de ser pública, embora concorde que  a companhia  não presta bom serviço. Precisa melhorar a gestão, enfatizou.
Para o vereador Glênio Bolsson, a privatização da CORSAN  é a demonstração da falência do Estado em promover gestão.

 

    O Menino Mimado

Ao se pronunciar sobre  o voto de repúdio ao Governador, o vereador Fábio Bocão  não deixou de alfinetar o governador  afirmando que é o menino mimado de Pelotas  agora querendo  vender tudo como se o Estado fosse um banco imobiliário. E o que é pior, acrescentou, vendendo o que não é dele.  Reiterou que o governador, no mínimo,  tem que ouvir a população.



Com Seis Reais não se compra Mil Litros de  Água Mineral.

O vereador Moisés Fontoura  disse concordar que a CORSAN tem sim problemas de gestão, mas que sua arrecadação paga seus serviços e ajuda no pagamento da folha do Estado.Ao  citar que o metro cúbico de água (mil litros) custa menos de R$ 6, indagou se com esse valor é possível comprar mil litros de cerveja, de refri  ou de água mineral. Claro que não, brincou. A água é um bem do povo gaúcho e a empresa tem de continuar pública, completou.
O líder da bancada do PDT, Eder Fioravante lembrou que há um contrato da CORSAN com o município e cabe aos vereadores  fiscalizarem sobre as atribuições das partes quanto ao que  está sendo feito. É contrário à privatização “porque a água é um bem público, é nossa”, fechou.

Colocada em votação, a moção de repúdio foi aprovada por 13 votos.

Também foram aprovadas no período da ordem do dia duas moções  de aplauso, sendo uma do vereador João Monteiro ,  encaminhada ao Prefeito  de Santo Ângelo, Presidente da Câmara Municipal de Santo Ângelo e à Vereadora Luana Rolim de Moura, no  reconhecimento  desta Casa àqueles munícipes, pelo elevado senso de democracia, de respeito da diversidade e do entendimento da importância de espaços ocupados, tudo em vista da assunção da vereadora Luana Rolim de Moura como primeira vereadora com Síndrome de Down do Brasil. Tal  moção também é em razão do transcurso do dia Internacional da Síndrome de Down, no último  21 de março,  marco simbólico na luta por igualdade e reconhecimento.
A outra moção de aplauso  foi apresentada pelo vereador Bispo Ênio Bastos/Progressistas, endereçada  à médica Maria Del Carmen Cornejo, que está deixando a cidade. O vereador destacou o incansável trabalho dessa profissional,   atuando na linha de frente da  pandemia  e a sua dedicação e amor pelo Alegrete, por isso o reconhecimento da Casa.

 

Assessoria de imprensa- Alair Almeida