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Esse fenônemo ganhou força durante a pandemia, onde muitas pessoas ficaram em casa e o consumo e acesso aos sites cresceu de maneira vertiginosa. Segundo o Banco Central, 24 milhões de brasileiros fizeram ao menos uma transferência deste tipo no país desde janeiro. A maioria dos apostadores tem entre 20 e 30 anos e gasta cerca de R$ 100 por aposta. Este valor sobe de acordo com a idade. Brasileiros acima de 60 anos gastam uma média de R$ 3 mil reais em bets.
A reportagem do PAT entrevistou um homem, de 26 anos, que não quis se identificar, que revelou que já perdeu mais de R$ 60mil reais em jogos, do fim do ano passado pra cá.”Cara, eu comecei a jogar como forma de brincadeira, aposta no meu time, ganhava, perdia, ganhava, ganhava, ganhava, perdia, trocava dinheiro com a casa, até que um dia, eu coloquei R$ 2 mil reais e ganhei R$ 32 mil, me espantei e fiquei iludido com os valores que poderia atingir do conforto de casa. Porém, com esse valor, tu ganha, perde, e a ganância começa a tomar conta, até que eu coloquei R$ 40 mil reais numa aposta que voltaria R$ 44 mil, ou seja, R$ 4 mil de lucro numa partida. O jogou terminou 0 x 0 e meu mental foi ao limite, perdi todo aquele dinheiro e dali para frente, eu me afundei”, explicou.
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O jogos online tem o poder de despertar algumas funções no cerébro de benefício e recompensa e quando se perde, é instantâneo querer recuperar aquele valor perdido, Estudos apontam, que os empréstimos cresceram de contratação de um anos para cá, motivo que foi atrelado a alguns apostadores colocarem esses valores nas bets.
Esses dados refletem uma tendência preocupante, evidenciada ainda mais por um relatório divulgado pelo Banco Central nesta terça-feira (24/09), que revelou que beneficiários do Bolsa Família gastaram R$ 3 bilhões em sites de apostas esportivas, somente no mês de agosto. O valor equivale a 21,2% dos recursos distribuídos pelo programa no mesmo mês.
Como reconhecer a dependência nos jogos:
Muitos brasileiros demoram a perceber a dependência. Segundo os especialistas, como os jogos e aplicativos estão instalados no celular e o aparelho é usado com frequência, fica cada vez mais difícil reconhecer a adicção. O vício em apostas online não afeta apenas o comportamento dos jogadores, mas também altera o funcionamento do cérebro de forma semelhante a outras dependências químicas, como drogas e álcool.
A reportagem do PAT ouviu de uma psicóloga, que quando uma pessoa ganha ou está prestes a ganhar, o cérebro libera grandes quantidades de dopamina, neurotransmissor associado ao prazer e à satisfação. Esse aumento gera uma sensação de euforia, incentivando o jogador a buscar repetir a experiência”. Contudo, o problema se agrava com o fenômeno conhecido como tolerância. “Assim como ocorre com substâncias psicoativas, o cérebro passa a exigir apostas maiores para atingir o mesmo nível de prazer. Isso leva a um comportamento compulsivo, com os jogadores assumindo riscos cada vez mais altos”, detalhou a especialista.
Tratamento e ajuda:
Para que alguém consiga deixar a compulsão em bets, o tratamento deve ser multidisciplinar. É preciso que o indivíduo receba um acolhimento e não sofra julgamentos e estigmas. Para aqueles que conhecem alguém em situação semelhante, a recomendação é promover conversas abertas e empáticas. O primeiro passo é procurar um profissional que o conduza de como proceder nessa situação, logo após, tentar não entrar nos sites que ofertam esse tipo de entretenimento.