Uma mulher de 33 anos é a principal suspeita de ter matado o marido, o comerciante Telmo de Brum Lisboa, 43 anos, em São Luiz Gonzaga.
O corpo dele foi localizado dentro de um automóvel, às margens do rio Ijuí, em São Luiz. Ao encontrar o cadáver, a polícia constatou que o homem não tinha sido morto dentro do automóvel. Conforme o delegado plantonista Afonso Stangherlin, o cadáver estava de bruços, com as pernas dobradas, o que acabou comprovando que tinha sido colocado ali dentro. Além disso, estava enrolado em um lençol.
Devido a posição do corpo, foi difícil identificar inicialmente a vítima, explica o policial. E havia outro agravante: o carro estava no nome de um homem de Cerro Largo, cidade vizinha. Os policiais conseguiram descobrir que o veículo tinha sido comprado por Lisboa há uma semana, que ainda não havia transferido o automóvel para seu nome.
Em seguida, os agentes foram avisar a esposa do homem que se deslocou até onde estava o automóvel. Logo após, os policiais retornaram para a residência da família, onde também funciona um minimercado. Stangherlin explica que o local tinha sido recentemente limpo e um aspirador estava no meio da sala. Respingos de sangue foram encontrados no chão e duas perfurações de arma de fogo foram localizadas no teto e em uma porta de ferro da cozinha. No lixo foram encontrados quatro balas deflagradas de um revólver calibre 38 e um boné de Lisboa. Além disso, o CPU que armazenava as imagens de uma câmera do minimercado foi retirado à força do estabelecimento. A mulher também apresentava lesões nos braços e no rosto.
Ela foi levada para a delegacia e acabou confessando o crime. Disse que tudo começou com uma briga de casal, na qual o companheiro deu um disparo com a arma de fogo dentro de casa, no bairro Floresta, e passou a agredi-la. Em seguida, a mulher conseguiu tomar a arma de Lisboa e o acertou com cinco tiros, descarregando a arma. Os disparos atingiram as costas, o abdômen e o rosto da vítima.
Com a ajuda de dois conhecidos, o corpo do homem foi colocado no banco de trás de um Vectra e levado a cerca de 30 quilômetros da residência, ao lado da ponte sobre o rio Ijuí, na divisa entre São Luiz Gonzaga e Roque Gonzales. A mulher disse à polícia que a intenção era lançar o carro para dentro do curso d’água, mas sem sucesso. “Ela ficou com medo de alguém os ver ali.” O casal estava junto há dez anos e tinha uma filha de 4 anos. Segundo depoimento da mulher à polícia, as agressões ocorriam com frequência, mas há cerca de um mês não ocorriam.
Stangherlin observou que a mulher vai responder por homicídio e ocultação de cadáver. Já os dois homens por ocultação de cadáver. Questionado se a morte do homem não se enquadrava em legítima defesa, devido a agressão contra a mulher, o delegado observou que a definição vai caber ao juiz.
O policial observou ainda que não foi possível prendê-la em flagrante pois já se tinham passado 12 horas do crime. E não foi encaminhado um pedido de prisão preventiva pois a mulher tem residência fixa, não apresenta antecedentes e ainda colaborou nas investigações. O revólver, que foi lançado no rio Ijuí e era de propriedade de Lisboa, não foi encontrado pela polícia.
Fonte e foto: Guia São Luiz