Em Alegrete, pelo menos, duas famílias ostentam a flor que tem o mistério de abrir, por volta da 23h e, quando começa a clarear o dia ela se fecha e não retorna a desabrochar mais. São brancas, cheirosas e de uma beleza singular.
Os professores Alair Almeida e Antônia Rosângela Vargas tem a em suas casas a flor Dama da Noite. Através de um relato, a professora Antônia conta um pouquinho a história desta flor. Ela chegou a programar o celular para avisar a hora que as flores iam desbrochar.
A flor DAMA DA NOITE A, nome de origem grega e significa SOBRE AS FOLHAS, pois suas flores surgem de ramos que parecem folhas. Raramente tem espinhos, mas possuem pelos nas aréolas. Suas flores são grandes, vistosas brancas ou coloridas. O espetáculo destas flores abertas, neste horário avançado, é sempre ansiosamente esperado por quem as cultiva. Em estado selvagem, na floresta, podem se desenvolver sobre árvores, mantendo as raízes no chão, quase como se fosse uma trepadeira. Retiram a umidade do ar e do sereno.
Chama-se Dama da Noite porque desabrocham somente à noite, por volta das 23h, e sua duração é de uma só noite, que é o período que os insetos noturnos fazem a polinização. Ao amanhecer ela se fecha para não mais retornar. Floresce do meio ao final do verão. Não é muito comum conseguirmos este cacto em floriculturas. Poderemos achar cactos pequenos, miniaturas e cactos grandes, mas este é mais raro ainda,segundo os que cultivam esta flor aqui em Alegrete.
LENDA...
Há tempos, vivia uma linda princesa chamada Damang que amava perfumes. Ela, junto as suas aias, pesquisava diferentes flores e plantas para extrair perfumes. Estava sempre muito cheirosa experimentando seus perfumes enquanto entretia, à noite, seus pretendentes. Infelizmente ela adoeceu. Os médicos palacianos foram convocados para atendê-la, mas nada conseguiram quanto a sua cura. Ela faleceu de mal desconhecido e foi enterrada no jardim do palácio. Uma semana mais tarde, uma estranha planta cresceu no local onde ela havia sido enterrada. Das plantas nasceram flores brancas amareladas que espalhavam sua fragrância durante a noite. O povo do local se lembrando da Princesa Damang passou a chamar a planta de Dama de Noche, em sua honra.
Fotos: Antônia Rosângela Vargas/Alair Almeida