Morto em acidente na BR-290, militar havia pedido transferência para o RS para ficar mais próximo dos pais

 Cobalt dirigido por Davis Kvitko foi atingido por dois ônibus no km 131 da rodovia.

Vítima em um acidente ocorrido na noite da quarta-feira (29) na BR-290, em Eldorado do Sul,  o tenente-coronel do Exército Davis Kvitko, 43 anos, havia pedido transferência para o Rio Grande do Sul em 2018, para ficar mais próximo dos pais idosos.

O Cobalt dirigido pelo militar foi atingido por dois ônibus no km 131 da rodovia, próximo ao trevo de acesso a CharqueadasRegião Metropolitana.

No veículo também estavam a esposa do oficial, de 43 anos, o filho, de 16 anos, e a namorada do adolescente. A mulher está internada no Hospital Militar de Área de Porto Alegre, em estado estável. Os dois jovens feridos estão no Hospital de Pronto Socorro da Capital e o estado deles é crítico, segundo a seção de Comunicação Social do Comando Militar do Sul.

Kvitko, que também era pai de uma jovem de 18 anos, estava em férias. Ele havia ido buscar a namorada do filho em casa e, nesta quinta-feira (30), a família viajaria para Capão da Canoa, conforme colegas de trabalho do oficial.

Piloto de aeronaves do Exército desde 2006, Kvitko integrava o Centro de Coordenação de Operações do Comando Militar do Sul desde maio de 2018. Natural de Porto Alegre, ele se formou oficial de Cavalaria em 1999, na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman). Depois de sair da Aman, Kvitko serviu em Rosário do Sul, onde conheceu a esposa.

Também atuou nos Batalhões de Aviação do Exército em Taubaté (SP) e em Campo Grande (MS), onde estava antes de pedir transferência para o Rio Grande do Sul. Ele passou ainda por unidades no Rio de Janeiro em  Santa Maria.

Em 25 anos de carreira, foi condecorado com a Medalha do Pacificador, Medalha Militar de Prata, Medalha do Mérito Marechal Castello Branco e Medalha Corpo de Tropa. Uma das últimas missões em que atuou foi a Operação Acolhida, criada pelo governo federal para garantir atendimento humanitário aos refugiados e migrantes venezuelanos em Roraima, principal porta de entrada da Venezuela para o Brasil.

Conforme o amigo e parceiro de missão, tenente-coronel Rafael Marques Ferreira, Kvitko trabalhou no planejamento da interiorização de venezuelanos. O oficial esteve em Boa Vista entre agosto e novembro de 2019.

  — Era uma pessoa para frente, de bom senso, muito brincalhão. Fazia o clima de trabalho excelente. Vai deixar saudade — destacou Marques Ferreira.

Fonte: G1