Água não é problema na safra 2014/2015, mas soja e arroz precisam de sol

Pouco sol já preocupa agricultores da região

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Ao contrário de 2012, em que a estiagem preocupou agricultores, e de 2014, quando o sol forte chegou a causar prejuízos, hoje, as lavouras da região têm a produtividade ameaçada pela falta de luminosidade e excesso de água. Regiões mais baixas e próximas a rios são as mais afetadas, mas ainda é cedo para dimensionar as perdas. Arroz e soja devem produzir menos do que o previsto, segundo projeções da Emater.

Para os próximos dias, a previsão é que este mês ainda tenha dias chuvosos, mas, no começo de fevereiro, o sol deve predominar, de acordo com o Climatempo. A grande quantidade de chuvas registradas nas primeiras semanas do ano, após um final de dezembro úmido, já gerou consequências para os produtores rurais da região.

Em Restinga Seca, onde desde o dia 1º já choveu 291 milímetros, conforme acompanhamento da Emater, as lavouras de arroz próximas ao Rio Jacuí foram alagadas. O gerente regional da Emater, Cesar Medeiros, explica que ainda não é possível contabilizar o quanto a produção será afetada, mas certamente haverá prejuízos:

_ Quando a planta fica muito tempo sob a água, o seu desenvolvimento é mais lento. Quando começar a floração, em fevereiro, será possível ver o potencial das lavouras da região _ afirma.

A entidade aponta que um dos principais efeitos do tempo com muitos dias úmidos e sem sol é o atraso no desenvolvimento das plantas, no caso da soja, do milho e do arroz, por causa do solo muito úmido, que dificulta a absorção de nutrientes. O manejo de pragas e doenças também fica mais complicado, já que as máquinas atolam mais e nem sempre chegam a tempo de prevenir maiores danos.

Para o produtor de arroz de Santa Flora, em Santa Maria, Silvio Lorensi, a principal dificuldade com a cultura tem sido a falta de luminosidade solar. Ele cultiva 20 hectares e, se não houver grandes prejuízos por conta das condições climáticas, a expectativa é de colher 10 mil kg por hectare.

_ Conforme diz o ditado, o arroz gosta de sol na cabeça e água no pé, quer dizer, não pode faltar chuva, mas também não pode faltar sol _ disse o gerente da Emater.

Fonte: DIÁRIO DE SANTA MARIA