Anvisa investiga a causa da contaminação por metais pesados em erva-mate

Problema pode estar no solo

erva-mate
Os gaúchos ficaram preocupados com as notícias dos últimos dias sobre a presença de metais pesados na erva-mate. Uma análise de amostras do produto de 27 empresas apontou que 5,5% delas apresentaram níveis de chumbo e cádmio acima do permitido pela legislação do Mercosul. As cidades de origem e as marcas sob investigação não foram divulgadas.
A Secretaria Estadual de Agricultura garante que, por enquanto, não há motivos para preocupação no consumo do produto. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vai investigar a origem desta contaminação. O Ministério Público Estadual também instaurou um inquérito para apurar o caso.
A denúncia inicial partiu do Ministério da Saúde Pública do Uruguai, que teria detectado estas substâncias no produto em uma quantidade acima dos padrões uruguaios em erva brasileira importada. O material começou a ser testado após o Uruguai barrar uma carga brasileira do produto. Mas o Instituto Brasileiro do Mate tranquiliza os mateadores. Isso porque a análise feita pela infusão e não nas folhas encontrou índices próximos de zero, conforme explica o presidente da entidade, Alfeu Strapasson:
_ A maior parte das análises estão dentro dos índices recomendados, mas é importante dizer que a erva-mate, diferente de outro alimento, se faz uma infusão. E todas as análises feitas pela infusão, os índices estão próximos de zero ou zero. Então, o risco para a saúde não ocorre.
De qualquer maneira, a Anvisa está tentando descobrir a causa da contaminação. Alguma das hipóteses levantadas foram chuva ácida, poluição ambiental e plantação perto de rodovias. Quatro empresas foram notificadas, mas o nome delas não será divulgado, segundo o sindicato da indústria, pois não há fraude e sim uma contaminação.
Segundo a professora Alice Teresa Valduga, responsável pela pesquisa, é necessário rastrear todo o processo:
_ Analisando desde solo, a planta in natura, o local da coleta, processada e até a embalagem. Eu acredito que o problema está no solo.
O sindicato também vai solicitar ao Ministério da Saúde que seja modificada a forma de análise.
 
Fonte: Diário de Santa Maria