Após derrota no Gre-Nal, Felipão fala em trabalhar "parte psicológica"

Técnico gostou do primeiro tempo e deve repetir time contra o Criciúma

Felipap
Luiz Felipe Scolari começou com o pé esquerdo sua terceira passagem pelo Grêmio. Após a derrota por 2 a 0 no Gre-Nal, o técnico elogiou a atuação de sua equipe no primeiro tempo.
Mas entende que seus jogadores se abateram demais após sofrerem o primeiro gol, marcado por Aránguiz. E promete, além da parte técnica, também trabalhar o psicológico dos jogadores para reagir no Brasileirão.
— O primeiro tempo me deixou satisfeito. No trabalho da semana, o máximo que devo mudar é um jogador. Uma das coisas que temos de trabalhar é que, quando se toma um gol, parece que o mundo desaba. Tem muito jogo pela frente, tempo para recuperar. Então vamos trabalhar esta questão anímica. Em sete dias, o grupo não muda a forma de pensar. Isso é modificado aos poucos — destacou.
O técnico também deverá intensificar os treinos de finalizações, fundamento em que o Grêmio tem deixado a desejar neste Brasileirão.
— Vamos corrigir através do trabalho técnico, cobrando uma melhor performance dessa parte final. É dar a possibilidade de um aprendizado, uma melhora nesse fundamento. E também trabalhando essa parte psicológica — disse Felipão.
Após o Gre-Nal, o Grêmio terá a semana inteira para trabalhar. Voltará a campo no próximo contra o Criciúma, domingo, 16h, na Arena.
Outros trechos da entrevista de Felipão:
Avaliação do jogo
Pensamos em colocar uma equipe diferente da que vinha jogando. Com atletas que iam ter oportunidades, para mostrar se poderiam permanecer no time. O resultado de 2 a 0 não me faz pensar que está tudo errado. Nós jogamos um bom primeiro tempo, muito bom. Tivemos as oportunidades no primeiro tempo. E perdemos para uma equipe que, na bola final, teve mais qualidade e vem jogando mais ou menos entrosada com esse time. Tomamos o segundo gol no contragolpe, que a gente trabalhou para evitar. Mas não evitamos. Pelo primeiro tempo que fizeram, 90% desses jogadores devem permanecer contra o Criciúma. A não ser em caso de lesão.
Mudanças para o Gre-Nal
Desde o momento em que fizemos o primeiro trabalho coletivo, alguns jogadores se sobressaíram. É normal que vamos pagar um preço por uma ou outra mudança. O Walace foi muito bem no jogo. No primeiro gol, por ser jovem, não faz a falta no Alex, que conduzia a bola. A gente, quando escolhe, tem de saber os riscos. Ele fez boa partida, mas teve dificuldade naquele momento. Tenho que achar que ele pode ser importante para o Grêmio agora e no futuro. No cômputo geral, perdemos o jogo. Mas fizemos um bom primeiro tempo. Depois, o Inter se encontrou mais. Teve oportunidades vivas de gol e fez. A gente teve e não fez. É trabalhar para melhorar.
Manutenção de Pará na lateral esquerda
Depende de quem joga no lado contrario. Hoje, o Pará marcou bem o D’Alessandro. Dependendo do adversário que jogar pelo lado direito, deixo o Pará pela esquerda sim. Tenho outros jogadores jovens, como o Breno, que posso usar quando entender que ele pode ser importante.
Resultado do jogo
Foi justo pela qualidade do Inter. Eles tiveram as oportunidades e fizeram, não temos o que falar. A saída do Rodriguinho foi pelo cansaço e pelo amarelo. Acho que o resultado se explica pelo crescimento do Inter.
Sequência negativa em Gre-Nais
Falo para o torcedor que eu perdi esse. Dos outros, não posso falar nada, eu não estava presente. Mas esse quem perdeu fui eu, o primeiro Gre-Nal que perdi na minha volta. Pode colocar na conta do treinador. O Gre-Nal é super importante. Estrutura ou desestrutura. Mas o que fizemos em termos de jogo, não dá para desestruturar. Temos muito por jogar no Brasileirão. Temos que saber tirar vantagem e ver as lições que temos de acrescentar no trabalho da semana.
Gol de Aránguiz
O gol que tomamos foi de cabeça, mas não foi bola parada em que jogadores perderam. Foi um posicionamento excelente do atleta do Inter, que ganhou em velocidade da minha zaga. É trabalhar a parte psicológica. Vamos fazer um retrospecto de quantos jogos ganhamos no segundo tempo e quantos perdemos. Há o saldo negativo, mas também o positivo. É passar confiança durante a semana.
Foco na Copa do Brasil e em vaga na Libertadores?
Primeiro tenho de acertar meu time, organizar a equipe. Fazer com que seja forte desde o primeiro minuto. Trabalhar esse aspecto, dar mais confiança. Ver se jogando no 4-2-3-1 é o ideal, definir um padrão de jogo. E não posso definir em seis dias. Tenho que definir com treinos e jogos. Não estou pensando em Copa do Brasil. Estou pensando no Brasileiro, que é difícil. Quando perdemos três jogos seguidos, perdemos terreno. Os outros vem batendo perto de ti. É hora da recuperação para que a gente se aproxime dos objetivos no Brasileirão, para que não pense em vaga na Libertadores ou Copa do Brasil. Se a gente deixa os adversários chegarem, fica mais difícil.
Fonte: Zero Hora