Embarcação liga Mata a São Pedro do Sul, mas não suporta caminhões e ônibus, que devem utilizar desvio rodoviário
Com a interdição da ponte da BR-287, sobre a várzea do Rio Toropi, as alternativas para chegar a municípios como Mata e Santiago ou cidades da Fronteira Oeste passa por uma balsa ou pela BR-158. A balsa é indicada para carros de passeio, e a BR-158, para veículos mais pesados, como caminhões e ônibus (confira no mapa).A balsa, guiada por um cabo de aço e puxada por força humana, fica na localidade de Vila Clara e liga São Pedro do Sul a Mata. Na manhã desta terça-feira, uma longa fila se formou dos dois lados do rio. Por volta do meio-dia, havia cerca de 20 carros esperando pelo translado no lado de São Pedro do Sul, e 30 veículos, no de Mata. A partir de hoje, a embarcação funcionará 24 horas.
Para chegar até a Vila Clara, é necessário entrar nas cidades e seguir em direção à localidade do interior. Conforme as prefeituras de São Pedro e Mata, está sendo estudado a colocação de placas de sinalização para orientar os motoristas. A viagem de balsa dura em média cinco minutos e custa R$ 10 para carros de passeio e R$ 7 para motocicleta.
Conforme a chefe de gabinete da prefeitura de Mata, Andréa Lima, a estrada para chegar até a balsa pelo lado de Mata está sendo patrolada por causa das chuvas dos últimos dias. São 11 quilômetros de chão, mais 11 de asfalto, totalizando 22 quilômetros. Para pegar à balsa pelo lado de São Pedro do Sul, é necessário percorrer 20 quilômetros de estrada de chão até Vila Clara.
Na manhã desta terça-feira, a servidora pública Eunice Thomas, 54 anos, enfrentou nuvens de poeira e teve de ter paciência para lidar com uma estrada que ela não conhecia. Ela saiu de Arroio do Meio com destino a Mata:
_ Será preciso melhorar a estrada de acesso à balsa. Imagina uma ambulância precisar passar por aqui? Para nós, é tudo novidade e ninguém faz ideia do que o pessoal do interior sofre _ avalia a servidora.
Ônibus e caminhões não passam
A balsa de 15 metros foi reinaugurada no últimos domingo depois de ficar um tempo desativada. A embarcação tem capacidade para suportar oito toneladas, mas são transportados apenas três veículos por vez.
Até a manhã de hoje, caminhões pequenos podiam passar na balsa, mas um acidente acabou na proibição do translado de ônibus e caminhões. Com o peso, a traseira de um caminhão ficou trancada nas madeiras da balsa por cerca de uma hora, o que causou ainda mais transtorno e atrasos. Foram preciso várias pessoas para remover o veículo e liberar o caminho. Depois disso, só carros de passeio passam por ali.
Para pegar a balsa pelo lado de São Pedro Sul, a ponte férrea da foto é uma referência
O Dnit informa que o desvio pela balsa não é o oficial. Conforme supervisor da Unidade Local do DNIT em Santa Maria, João Carlos Tonetto, o órgão e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) estão estudando um desvio provisório, que usaria a cabeceira da ponte. O caminho seria de 300 metros, saindo da cabeceira, fazendo uma curva por cima de uma lavoura e saindo do outro lado da ponte.
Dnit reforça que a estaca que sustenta a ponte cedeu, portanto, o problema é na base da ponte, e não na estrutura. Conforme Tonetto, as últimas vistorias não apontaram problemas, mas ele não soube informar a data em que ela foi feita.
Foto de Cristiano Taschetto do pilar danificado
Fonte: Diário de Santa Maria