Como os alegretenses estão reagindo à pandemia; o relato é de estudante de medicina no MS

Na última vez que entrevistamos a alegretense Mavana Gomes, que atualmente está residindo em Corumbá-MS, ela estava no início da realização de um grande sonho, a faculdade de medicina.

 

Atualmente, está no terceiro ano(sexto semestre), e novamente a convidamos para enviar um recado para os conterrâneos neste período de pandemia, além de descrever como está a situação onde ela reside. A reportagem tem realizado várias abordagens com alegretenses que estão em outras cidades, estados e países.

Para início do diálogo, Mavana ressaltou: “olha eu aqui outra vez. Sinto-me lisonjeada com o convite e é com imensa alegria que envio essa mensagem de Corumbá-MS para meus amigos conterrâneos”- falou com muita paixão pela realização e avanço em cursar uma faculdade que muito além de ser um profissão é um desafio diário em salvar vidas. 

A alegretense falou que a rotina dela e da família não tem sido diferente de todas às pessoas que vem enfrentando essa pandemia que pegou a todos de surpresa e impôs uma adaptação rápida para evitar a contaminação e a propagação do  vírus.

 

“As aulas que eram presenciais estão acontecendo EAD, tão criticadas por muitos, mesmo antes da pandemia. Minhas aulas eram presenciais e em tempo integral, com aulas teóricas e práticas. Devido aos acontecimentos têm sido online por uma plataforma, onde todos os dias nos horários das aulas os professores estão presentes para explicar o conteúdo, as aulas práticas ficarão para quando voltar ao “normal”.”- explicou.

No momento não é só os alunos de medicina que estão enfrentando essa batalha, todos os estudantes dos níveis fundamental, médio, técnico, superior, como também os professores, precisaram se adaptar a essa modalidade de ensino, quase que no mundo todo.

Mas, segundo ela evidenciou, o importante é não desistir e seguir firme na busca do sonho. “Não estou dizendo que é fácil, ao contrário, é muito mais difícil, requer estudo e leitura redobrada. Nos tornamos autodidatas e muitos não conseguem estudar sozinhos por vários motivos. Essa pandemia nos mostra o quanto tínhamos a agradecer e muitas vezes agíamos com ingratidão, reclamando da família, dos amigos, do trabalho, da escola, dos negócios, da vida. E hoje sentimos falta,  o que nos parecia cansaço e castigo da rotina revela-se como o maior valor. Sentimos falta de levantar pra trabalhar, falta de interagir fisicamente com as pessoas, abraçar, beijar, um aperto de mão, sentimos falta do básico, porque somos seres relacionais.”- completou.

Esse período de isolamento, para muitos também serve para reorganizar as prioridades. Uma das mensagens que ela deixa é que todos estão passando por um momento difícil, mas é a hora de olhar para o interior e perceber os valores que que cada um está colocando à frente de suas vidas. 

O impacto que a pandemia tem causado é devastador na economia, política, saúde  e cenário social, principalmente para aquelas pessoas em desigualdade acentuada, as realidades não são as mesmas para todos é preciso ter essa consciência. 

Mavana, que está muito mais inserida na área da saúde cita que tudo isso acaba inevitávelmente afetando a saúde mental das pessoas.” Houve um aumento nos episódios de síndrome do pânico, crise de ansiedade, depressão, tentativas de suicídio. Muitas pessoas começaram a desenvolver transtornos. Nesse momento, o mais importante é cuidar de si e do outro, ouvir e ser ouvido, nos apoiar, conversar por meios virtuais ou presencial respeitando todas as normas de biossegurança. Procure sempre um profissional da área quando não estiver se sentindo bem, tu não está sozinho. Não perca a fé, a esperança. Acredite há um tempo determinado para tudo neste mundo, cada coisa tem a sua ocasião”- descreveu.

Por fim, ela reitera o que vem sendo debatido diariamente em várias canais e mídias, a necessidade do respeito às  regras, normas de isolamento, distanciamento social, sair somente quando há necessidade. Além da importância de compreender que às medidas servem como proteção, que é para o bem de cada um e das pessoas que se ama. Que todos possam sair dessa luta chamada pandemia conscientes que precisam uns dos outros e conclui: “há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar; tempo de matar e tempo de curar; tempo de derrubar e tempo de construir. Há tempo de ficar triste e tempo de se alegrar; tempo de chorar e tempo de dançar; tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntá-las; tempo de abraçar e tempo de afastar. Há tempo de procurar e tempo de perder; tempo de economizar e tempo de desperdiçar; tempo de rasgar e tempo de remendar; tempo de ficar calado e tempo de falar. Há tempo de amar e tempo de odiar; tempo de guerra e tempo de paz”.