Crianças semeando inclusão: o gesto que marcou o Sprint – Corrida do Baita Chão

No último domingo (6), a Nativa FM e o Portal Alegrete Tudo realizaram o Sprint – Corrida do Baita Chão, evento esportivo que reuniu corredores de diferentes idades e histórias, com apoio do Sesc e da Prefeitura de Alegrete.

Em meio à vibração do público, à superação dos atletas e à energia contagiante da largada, uma cena ganhou destaque: um homem correndo de mãos dadas com duas crianças, durante todo percurso de 3km.

Ele é Adel Maruf, que acompanhava Nicolly Maruf, 11 anos, e João Manuel Monbach Lábrea, 10 anos. Adel é esposo de Carine Borges, coordenadora local do projeto Pernas Solidárias, que defende o esporte como ferramenta de inclusão de pessoas com deficiência.

Clique aqui para receber as notícias do PAT pelo Canal do WhatsApp

A reportagem conversou com o trio para entender a motivação daqueles passos sincronizados ao longo dos três quilômetros de prova. A resposta emociona: Nicolly e João estão treinando para, no futuro, se tornarem guias condutores de atletas com deficiência.

“Eles estão aprendendo desde cedo esse olhar para o outro, esse espírito de voluntariado. A Nicolly é minha enteada e o João é filho da vice-presidente do projeto. São crianças muito participativas nos treinos e nos eventos, sempre envolvidas com as atividades do Pernas Solidárias”, contou Adel.

Clique aqui para receber as notícias do PAT pelo Canal do WhatsApp

O projeto, que chegou recentemente a Alegrete, nasceu em 2015, em Joinville (SC), quando Cleiton Luiz Tamazzia conduziu seu primo cadeirante, Rodrigo Tamazzia, em uma corrida de rua. A emoção daquele dia resultou na criação do Pernas Solidárias, que hoje está presente em diversos estados, como São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Paraná e, agora, no Rio Grande do Sul.

Carine Borges conheceu o projeto em Santo Amaro da Imperatriz (SC), onde por três anos participou ativamente conduzindo a filha Beatriz Borges Marçal. Juntas, mãe e filha cadeirante já concluíram mais de 100 corridas e conquistaram dez troféus nas categorias PCD.

“A corrida transformou minha vida, minha saúde e nos tirou da depressão. Quando decidi voltar para Alegrete, minha terra natal, trouxe comigo a vontade de transformar a vida de outras famílias atípicas assim como eu”, destacou Carine.

Clique aqui para receber as notícias do PAT pelo Canal do WhatsApp

Ver crianças como Nicolly e João caminhando para se tornarem futuros guias é a prova de que a inclusão se constrói com gestos pequenos, mas de grande impacto. Eles carregam, nos passos ainda curtos, um horizonte de empatia que ultrapassa as linhas de chegada e planta no chão da vida o que há de mais bonito no esporte: o sentimento de pertencimento e de que ninguém fica para trás.

Se inscrever
Notificar de
guest
0 Comentários
Mais antigas
O mais novo Mais Votados
Comentários em linha
Exibir todos os comentários