Ela culpava a criança por todas as desgraças, diz companheiro de mulher que matou filha

Marcio Alves Machado, de 28 anos, afirmou em entrevista à Rádio Gaúcha que jamais pediria a morte da menina

 menina

servente de obras que teria sido o motivo para uma mãe matar a própria filha em Bagé, no sul do Estado, disse estar chocado com o crime. Márcio Alves Machado, de 28 anos, afirmou em entrevista à Rádio Gaúcha que jamais pediria que a menina de cinco anos fosse morta.

 “Eu jamais iria dizer para ela sumir com a filha para eu ficar com ela. Nunca. Ela fez isso porque ela era drogada”, afirmou, ao reforçar que a mulher culpava a criança por todos os problemas. “Ela dizia que a filha estava estragando a vida dela”.

Na terça-feira, Michele Silva Rodrigues, 33 anos, confessou à polícia que asfixiou a menina Mirela para agradar o companheiro. Segundo ela, o servente de obras não gostava do jeito da criança, que tomava medicamentos para tratamento psiquiátrico.

De acordo com o relato do homem e de alguns vizinhos, a mulher nunca se dedicado à menina. Uma vizinha, que cuidava de Mirela, disse que a mãe costumava dopá-la, fazendo com que dormisse por até três dias seguidos.

A vizinha desconfia que a criança não tinha problemas mentais, era apenas agitada. Mirela é descrita pela comunidade como uma menina esperta para a sua idade e muito carente.

A mulher foi presa ontem após confissão por homicídio triplamente qualificado. Ela está no Presídio Regional de Bagé.  

Confira a entrevista com o companheiro de Michele:

Rádio Gaúcha – Ela não matou a criança porque tu mandou?
Eu jamais iria dizer para ela sumir com a filha para eu ficar com ela. Nunca. Ela fez isso porque ela era drogada. Ela já vem de má fé. Não posso me culpar por uma coisa que ela fez. Eu senti bastante, não vou te mentir. Eu senti mais que a mãe da Mirela. Tanto que eu pedi as contas da firma onde eu estava para fazer o velório da menina. E a avó dela disse que não era para mexer no corpo, porque ela iria levar. Não é “fato” meu. Tanto que quando a Michele ligou para a mãe avisando que a guria tinha morrido, e a mãe dela, de cara, julgou: – “Ah, tu matou a tua filha?”.

Rádio Gaúcha – A Michele não achou que as brigas de vocês eram culpa da Mirela e, por isso, matou a criança?
É o que eu te falei. Isso vem de tempos. Ela já vem com essa história com a guria. Todo mundo sabia que ela não gostava da Mirela.

Rádio Gaúcha – A mãe de Mirela era ciumenta?
Ela é bastante obsessiva. Ela é doente. Ela não aceitava o que tu falava pra ela. Ela queria te socar as coisas goela abaixo. Não é assim que funciona o troço.

Rádio Gaúcha – Ela tinha ciúmes da Mirela ou não? Ciúmes da criança contigo?
Da Mirela comigo, não. Nós tivemos pouca relação porque a Mirela nunca foi criada por ela. A Mirela viveu na rua, viveu em colégio interno, viveu na casa dos outros. Tanto que quando eu conheci ela (Michele), a Mirela ficava na casa dos outros para nós sairmos. E aqui foi a mesma coisa. Ela ficou três meses aqui, mas se a guria (Mirela) ficou um mês em casa, foi muito. Ficou na casa do vizinho… São fatos que acontecem, mas não é culpa minha. A Mirela entrava pela porta e a mãe dela corria.  Às vezes eu estava no galpão, dando comida para os bichos, e a mãe dela estava correndo ela.

Ela dizia que a filha dela estava estragando a vida dela. Ela alegava que a filha dela, assim como ela relatou para mim, que ela teve vários relacionamentos em Caxias do Sul, que quase se casou, mas que ninguém a quis por causa da Mirela. Isso não é motivo para ela matar a filha. Ela alegou na delegacia que matou porque a menina incomodava. Se a gente for matar todo mundo que incomoda. Ainda mais uma criança que não sabe de nada, nem do que está se passando. 

E a frieza com que ela matou a guria? Isso não é coisa de primeira viagem. Isso já vem de tempos. Como é que eu vou sufocar a criança e vou ver a criança morrendo, lutando para sobreviver e não vou fazer nada? Eu não estava mesmo. Até às duas horas da tarde eu sei que os vizinhos me contaram que ela estava sentada nesta pedra onde eu estou, com a guria. Quando eu acordei, eu levei um “trauma”, não sabia o que fazer. Acha que eu fui chamar a mãe dela? Eu não. Eu fui chamar os vizinhos. Porque eu já desconfiava da mãe dela.  A mãe dela saiu correndo na hora que viu os vizinhos chorando. A mãe dela foi direto no lugar, sem eu contar onde era. Uma pessoa fria. Em caxias, pode procurar qualquer conselho tutelar, todo mundo conhecia a situação da guria. Não são coisas que aconteceram aqui, dentro de três meses. Não era isso que eu queria, te juro. Não desejo mal nem para um cachorro. 

Fonte: Rádio Gaúcha