O livro Nossa nova Caminhada foi escrito pela jornalista Lidiana Betega,prima de uma das vítimas. Já as mães dizem que, na verdade, foi escrito pelos próprios jovens, a partir de psicografias recebidas por médiuns kardecistas em Uberaba – Minas Gerais.
A partir de cartas psicografadas, a obra revela como estão, detalhes de oito jovens e de suas famílias. Dois de Cacequi, dois de Santa Maria, um de Rosário do Sul, um de Cachoeira do Sul, um de São Francisco de Assis e um da cidade de Marau.
Adriana Betega de Cacequi,mãe de Daniele, que a época tinha 19 anos e fazia Agronomia conta que já frequentava centro espírita,mas a partir da ida em Uberaba- MG e, quando a terceira carta psicografada foi de sua filha tudo mudou em sua família. – Fazia apenas cinco meses, parecia que íamos desabar: eu, o pai dela e a irmã -É impressionante, nós chorávamos e todos choravam juntos. Senti antes do médium que minha filha ia se comunicar conosco”. Daniele já fez um segundo contato, através de médiuns com a familia.
O mesmo relata Silvia Vendrúscolo, de Rosário do Sul, mãe de Leonardo de 18 anos, jovem que como Dani fazia Agronomia na UFSM.
– Todos estavam lá pelos mesmos motivos, tentar entender o que havia acontecido, aceitar, ter mais resignação e se fortalecer, diz Silvia. Imagine, em Minas Gerais, alguém saber para psicografar termos típicos regionais aqui do Sul como: chula e outros detalhes. Seu filho fazia dança tradicional.
O lançamento do livro foi em novembro de 2014 e até agora, com todas as tiragens, já venderam oito mil exemplares ao preço de R$15,00 o exemplar. A renda é destinada à entidades de caridade das cidades dos jovens que tem suas histórias na obra: Nossa nova Caminhada.
As mães Adriana e Silvia vieram, neste dia 5 de março, a Alegrete fazer o lançamento do livro na cidade a convite de Deonir Martini, na papelaria da família.
Elas autografaram a obra e, com muita tranquilidade, afirmam: – Tudo isto porque passamos, sentir e ler o que nossos filhos nos enviaram,saber que todos estão bem, é o motivo pelo qual estamos aqui sorrindo e ajudando outras pessoas.
A tragédia da boate Kiss, em Santa Maria, que vitimou 242 jovens fez dois anos em janeiro de 2015.
Fotos:Vera Soares Pedroso