Falta planejamento e fiscalização no trânsito de Alegrete

A mobilidade urbana nas cidades brasileiras nunca foi uma maravilha. Nossas cidades vivem uma crise permanente. No entanto, nos últimos anos, temos experimentado uma situação de caos, uma espécie de generalização do mal-estar urbano causado pelos graves problemas no trânsito. Em Alegrete não é diferente. Com diversas mudanças já ocorridas, ainda assim, a situação requer muita atenção e planejamento eficaz de um engenheiro de trânsito para que haja melhorias reais e efetivas.

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Em entrevista com o Presidente do Conselho de trânsito, sargento José Gustavo Canabarro Saldanha, nesta semana, alguns pontos foram abordados.

Na atual gestão, o Conselho perdeu fôlego, e deve ocorrer uma nova eleição ainda este ano. O Presidente enfatiza a importante função que o órgão exerce e esclarece que muitas mudanças se deram devido as solicitações feitas.

“Se o Conselho fosse deliberativo, teria realizado muito mais”- comenta.

Nosso trânsito continua congestionado e um dos principais motivos é o aumento significativo de veículos, que em poucos anos passou para mais de 36 mil.

Canabarro afirma que houve um alerta e a previsão de que iria inchar e virar um caos. Ele disse que a Prefeitura investiu em um estudo que avaliou a implantação do rotativo, que auxiliou, mas ainda é muito pouco para dar vazão a todo movimento diário no centro de Alegrete.

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“Sistemas instalados indevidamente e a questão cultural também contribuem e são um agravante neste contexto”- relata

“A falta de atenção e a correria do dia a dia fazem com que as pessoas não respeitem, na maioria das vezes, a sinalização e o limite de velocidade. Isso vale tanto para o pedestre quanto para o motorista. Atravessar na faixa olhando para o celular, idosos com dificuldades motoras entre outros, são pontos importantes em um trânsito que está com déficit em sua fiscalização”. salienta.

De acordo com Canabarro, falta valorizar mais a Guarda Municipal que tem um efetivo reduzido e não consegue exercer um controle rigoroso como deveria ser. “A Prefeitura não vê como prioridade a Guarda Municipal”.

Com relação a todo esse caos relacionado ao transporte coletivo, ponte e veículos com mais de 10 toneladas, ele acredita que a solução seria a construção de uma segunda ponte. “Alegrete teria por obrigação ter duas pontes com sentido único. Além de dar mais fluidez, a segurança para a população seria bem maior”.

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Ainda com muitas mudanças a serem feitas, para o Presidente  a lentidão se deve a burocracia do poder Público. Cita como exemplo a Balada Segura, que para ele já perdeu a finalidade, pois é realizada em horário e dias inadequados. “Já existem vários grupos no WattsApp fazendo alerta, além de ser quase sempre no mesmo local. O correto seria pegar a saída dos eventos. São raros os casos de embriaguez no início da noite. E mesmo assim , ainda acontece de ter números relevantes, imagina se tivesse efetivo suficiente para abordar por volta das 5 ou 6 horas da manhã em pontos estratégicos e sempre diferenciados.

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Com relação as mudanças, o conselho de trânsito está assessorando da melhor forma possível, mas pondera que se não houver uma atitude rápida, o fluxo vai se tornar caótico.  O preocupante é que na primeira fase era um trânsito complicado, sinalizações inadequadas, acidentes com pessoas e danos materiais nos veículos. Agora o que se constata é um momento englobando tudo isso, e um fator alarmante:  a falta de paciência e o stress, que levam à discussões e até mesmo agressões.

“Falta gestão para o trânsito em Alegrete”-concluiu Canabarro.